sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

In abstrato

O silêncio da noite distante... poucas palavras. Imoderada anestesia diária. Sapiencial escolha diante triunfo. Escolho me perder um pouquinho. Quem sabe o amanhã terá mais cara de amanhã?

Mean heart, cold heart, cold heart, cold heart
Cold heart, cold heart, cold heart,
cold heart...
uhhhhhhh!


Tourette's - Nirvana

Cheers!

sábado, 13 de dezembro de 2008

A Reloaded Beginning's End

Send a heartbeat to
The void that cries through you
Relive the pictures that have come to pass
For now we stand alone
The world is lost and blown
And we are flesh and blood disintegrate
With no more to hate

Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain

Delivered from the blast
The last of a line of lasts
The pale princess of a palace cracked
And now the kingdom comes
Crashing down undone
And I am a master of a nothing place
Of recoil and grace

Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain

Time has stopped before us
The sky cannot ignore us
No one can separate us
For we are all that is left
The echo bounces off me
The shadow lost beside me
There's no more need to pretend
Cause now I can begin again

Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain
Strange
Strange
Strange

Smashing Pumpkins - The Beginning Is the End Is the Beginning

Essa música faz parte da trilha sonora do filme Watchmen, que eu estou aguardando tanto. Uma obra prima a remixagem...
Cheers!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

del c:\você.txt

No momento que a criei, ela veio com força tão grande, e uma intensidade tamanha, que geri pleno de minhas forças a bela aparência que esse mundo permitiu existir. Indomável, ela saiu do papel. Das linhas e traços de minha escrita ela se soltou, arredia. Fugiu, o quanto antes, e para o mais longe possível. E eu não me importei. Só queria deixá-la sair. Dentro de mim os ecos ensurdecem. As vozes são variadas. Dentro de mim não há espelhos, e ela precisava saber como ela era.

Agora ela não me pertence. Sequer a tive algum dia. Eu a produzi num leito febril e catártico, numa sempreescolha repetitiva, a vadia. A folha, a tinta, a mão. O bolo, a vela e o cinzeiro. Imagens, palavras e pensamento. Ela é feita de muitas coisas. Agora ela vive. Elaviva me alegra. Elaalegre para sempre. Durante a noite, durante o dia. Elaalegre e elaviva. Ela, que era e nunca foi minha. A menininha. No Sol, a fruta e o cansaço. O calor e mormaço. A vírgula.

Temo não ter o que havia de ser, e possuir aquilo que jamais foi. Temo ser grande a minha infâmia. Desconstruir o projeto ainda no útero, e fazer dormir aquela que ainda desperta. Sinto último o sono. Sinto um vazio de tudo. Pois ela saiu. E me tomou o mundo.
Cheers!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Parte di me

Quando eu a vi pela primeira vez, meus olhos se encheram de lágrimas. Meu espírito pareceu sair de uma sonolência maldita para um estado de êxtase absoluto. Meu corpo tremeu por milésimos de segundo, mas não importava. Eu estava diante da mais pura beleza, da mais envolvente chama de vida que conheci. Nossos olhos se encontraram, e nossos olhares foram todos observados, de longe, por uma plêiades que nos alumiava.

Como eu pude ter sido privado de conhecê-la. Quanto da minha vida eu teria deixado de viver, se eu não a conhecesse. A mais cruel e vil pessoa que conheci, a que a gerou, é a tua matriz. Eu não compreendo. Como pude ser feliz ainda sem que tivesse visto teu rosto, minha criança?

Ela veio até perto, eu pude sentir seu cheiro. Eu soube que ela era minha, minha chama, minha vida, minha carne, minha garotinha. Me fez alguns sinais, como se houvesse alí um espírito mímico que a inflamasse. Eu sorri. Não. Eu chorei. Ela veio para mais perto, e estendeu a mão, e quase me toca. Sim, eu estava imóvel. Tão perto, seu pequeno rosto começou a imitar o meu. Então ela chorou... ela lindamente chorou. E mudou o resto da minha vida!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A Atitude

Don't you come back now?
Don't you turn your eyes?
And if you dare to look
I'll be you waiting

Impera e nessimo
Impera samie nero
Dove di immantore Dio

You hear my prayer
Don't you turn your eyes?
And if you dare to mourn
I'll be you waiting

Impera e nessimo
Impera samie nero
Dove di immantore torra

E mani diavole
E mano diavole
E nere mani diavole

Impera e nessimo
Impera samie nero
Dove di immantore Dio

Don't you come back now?
Don't you turn your eyes?
E nere mani diavole
You hear my prayer
E nere mani diavole
I'll be you waiting

Cathar Rhythm - Era

Quem disparará a primeira seta? Quem tem a melhor pontaria? Quem será o mais forte para resistir aos ferimentos? Quantos dias sobreviveremos mais?

No dia negro em que sairemos à guerra, cotidianamente engajados, seremos mais um almejados pela nossa obra dourada, acometidos pela raiva, por sentimentos ruins. Aquele soldado jamais voltará à sua casa, e seremos assim também. Prevejo a nós uma antipática romaria, aquela que sempre iniciaremos após ficarmos cansados da anterior. Assim como o mundo necessita de guerras, necessitamos nos degladiar. Necessitamos um do outro. Mais importante que tudo, necessitamos ter conflitos.

Para fugir de nossos conflitos internos, talvez. Para fugirmos...
Cheers!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Não! Isso NÃO é a volta!

Agora eu falo ao vazio. Só o eco me dá a sensação de que não estou sozinho. Uma reverberação que me faz refletir. Em alto e bom som. Quase não percebo a minha respiração, tão suave é a minha reação. Reação alguma. Reação idiota alguma. Eu acredito que não deveria ter reação alguma. Uma catarse que me domina. Estou tão tranquilo.

Antes ter pego a peste!
Cheers!

domingo, 16 de novembro de 2008

The end is the beginning is the end

Decidi paralisar o blog por tempo indeterminado. Motivo: falta de demanda.
Cheers!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

14/11/08 14:26

Eu acredito que sei porque de nós nunca termos dado certo. Eu creio. Como sempre é o ciúme, o teu ciúme exarcebado. Daqueles que eu simplesmente odeio. Assim como odeio quando minha mente me domina e te examina friamente. Já te dei conceitos demais. Deixas de ser tão concreta, mas és tão medíocre. Medíocre quando estamos perto.

Jamais me darias filhos. Não suportarias disputar a minha atenção com filhos. Sabes que isso é verdade. Queres-me pra ti com exclusividade. Queres-me avidamente. E filhos seriam uma escolha por demais errada pra uma mente como a sua. Negas logo o meu maior sonho. Sabes que ser pai é algo que eu desejo. Naí vivem teus fantasmas, e me abandonas por inteiro. Não consigo te compreender, e sequer compreendes a ti mesma.

Eu não te escolho. Não! Somente a duradoura questão do possuir ou não possuir é que realmente tenho em mente em relação a você. Nada como te dar uma resposta vazia, evasiva, escorregadia. Não me possuis, não me tens. Me sinto tentado a continuar esse esforço todo que fazes de parecer diferente do que és. Ou seja, eu tento me enganar, mas não consigo. Teus defeitos nas minhas qualidades, e eu não tenho compaixão de mim. Somente...

Diga pra si, mais de três vezes: meu útero é seco!

Direi a mim, uma porção de vezes: eu sou um universo de possibilidades! Assim cri que sou a negação do que me ofertas...
Cheers!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

E quase mata o velho!

Eu fui até o fundo, vasculhei suas coisas, e senti saudade do meu pequeno universo de coisas que ali habitavam. Me dei conta que você organizou tudo com tanto esmero, e meus dedos tremiam um pouco. As fotos organizadas por data, às vezes por evento, e tantas marcas naquelas mais antigas, tantas recordações...

Eu só soube falar de mim mesmo. Aparentemente eu dei espaço pra você falar. Aparentemente você ensaiou dizer alguma coisa. Tive a certeza que você queria mesmo dizer algo. Mas eu quis falar mais. E você me conheceu. Conheceu mais. Tantas coisas obscuras que estavam realmente lá no fundo. Num determinado momento achei que você ia me interromper, e ansiei por isso, mas só foi uma ameaça tola.

Tolices que você tolera. Tolerância que eu não teria se estivesse no seu lugar...
Cheers!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

I'm a Damned

I'm over it
You see I'm falling in the vast abyss
Clouded by memories of the past
At last, I see

I hear it fading
I can't speak it
or else you will dig my grave
We fear them finding
Always winding
Take my hand now
Be alive

You see I cannot be forsaken
Because I'm not the only one
We walk amongst you
Feeding, raping
Must we hide from everyone

I'm over it
Why can't we be together
And erase it
Sleeping so long
Taking off the mask
At last, I see

My fear is fading
I can't speak it
or else you will dig my grave
We fear them finding
Always winding
Take my hand now
Be alive

You see I cannot be forsaken
Because I'm not the only one
We walk amongst you
Feeding, raping
Must we hide from everyone

You see I cannot be forsaken
Because I'm not the only one
We walk amongst you
Feeding, raping
Must we hide from everyone

Everyone
Everyone
Everyone

Forsaken - Queen of the Damned Soundtrack

Fazendo barulho dentro da cabeça. Correndo por trás dos olhos. Eu sinto ódio. Um profundo ódio. Ópio. A ganância de dormir. Eu sei que não estou salvo. Eu conheço esse destino. Já fui mais forte. Agora a noite me acolhe. Já fui mais humano. Agora é a besta que me adota...
Cheers!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Retórica Azul

Você sabe, você está no meu sangue, e quando sangro te vejo novamente. Quando me pedes pra manter silêncio, eu fecho os olhos e te sinto me chamando. Sim, eu consigo ouvir tua voz clamando por mim.

E pra tua sorte você me tem.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Enigmatic Encounter

"Sade, dis-moi, qu'est-ce que tu vas chercher?
Le bien par le mal? La vertue par le vice?
Sade, dis-moi, pourquoi l'évangile du mal?
Quelle est ta relígìon? Ou sont tes fidèles?
Si tu es contre Dieu, tu es contre l'homme.
Sade, es-tu diabolique, ou divin?"

Sadeness - MCMXC a.D. - Enigma

Há muito tempo eu deixei que o ritmo fosse meu guia de luz. Desde lá eu não descobri enigmas, mas fui descoberto, desvelado por uma sonoridade intensa. Perdi-me nos jardins da fé, da esperança, da força e da poesia. Sim, eu senti até o fim. Despertei a criança em mim, e hoje não alimento dúvidas.

O maior significado nisso tudo é que eu realizei meus instintos. Também achei a razão, em meio a algumas palavras que jamais fizeram sentido, até que eu as absorvesse. Eu vi, havia uma tela por trás do espelho, e nunca mais o meu reflexo foi mais o mesmo. Aprendi a descobrir uma força interior. Maior do que eu. Maior do que podemos ver. Maior do que podemos compreender. Paradoxos lado a lado.


Agora eu tenho. Eu possuo. Eu desejo. Eu sei...
Cheers!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...

É preciso amanhã as pessoas como se não houvesse amar... É preciso as pessoas como se amar não houvesse amanhã... É preciso amar amanhã as pessoas como se não as houvessem... É amanhã como se não houvesse as pessoas preciso amar...

A primeira vez é sempre a última chance...

A primeira chance é sempre a última primeira vez... A última chance é sempre a primeira vez...

A mente sempre fazendo um roundabout de tudo, como numa óbvia inclinação ao que se mais repete... uma óbvia situação em que me encontro, quantas vezes forem necessárias.
Cheers!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tragicomédia cotidiana

Quando você a chuta, ela vem correndo de volta pra você. Não entende o porquê, mas se enche de um sentimento estranho. Estranho pra mim. Não se compreende como é possível só conseguir algo através da negação daquilo que se quer. E ela fica parecendo tão pedante. É horrível.

Quando você é chutado, percebe que está perdendo. O ser humano é treinado a não perder. Perder não! Corre-se atrás, mesmo sem compreender, apenas porque se sente motivado. Motivado pela rejeição. Rejeição significa perda.

Quando se vê uma cena dessa dá pena. Pena dos dois. Dois tolos. Tolos porque fazem exatamente o contrário daquilo que pretendiam. Um nega, querendo, o outro quer, fugindo. Vai lá entender...?

O que sobra fica comigo. Prefiro a dúvida. Ela casa melhor comigo. E nunca me traiu. Nunca a chutei, ela nunca implorou pra voltar, afinal, nunca terminamos. Dúvida que me dá filhos. Filhos tão lindos.
Cheers!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Introspectiva mente

Me sentindo como um personagem de quadrinhos. Muito velho para essas coisas. Muito difícil de enxergar. Parece que há um plástico envolvendo meu pulmão. Difícil respirar. O coração está gélido. Não. O coração é uma pedra. Melhor. A pedra é o coração. A pele está cinza. Me sinto doente. Meu contorno de tinta. Com medo de tíner. Com medo de qualquer diluente. Cansado demais. Com fome demais. Fome de mais páginas. Mais capítulos. Não. Maiores capítulos. Melhor. Melhores capítulos. A alma do que falo na lama. Tudo o que eu falo está pendurado em balões. Letras e expressões desenhadas. O mundo virtualmente sem cor. O fígado dói. Não consigo sentir odores. Momentos. O cabelo desgrenhado. Barba-por-fazer. Eterna barba-por-fazer. Algum barulho no bolso. Papel. Outro bolso. Uns trocados. A minha imagem está sendo lida. Alguém lê minha imagem. Me venera. Olhos sórdidos. Um frio na barriga. Os olhos me fitam. Respiração mais comprometida. Começo a suar. Não há o que temer. Não há temência naqueles olhos. Olhos perscrutando cada quadrinho. Mas eu não consigo saber o que pensam. Estou tão à vontade. Vontade de falar muito. Falar. Sou um agitador de massas. Sei que me ouvirão. Sei que me ouvem. Só não sei se esses olhos me dão ouvidos. E eu crio dúvida. A dúvida cria sentimentos. Medo. A rejeição. Parece que estou na lua. Não sinto meu corpo inteiro. Os olhos ficam irriquietos. De repente tremo. Completamente fraco. Volto a suar. A sensação. Há algo acontecendo. Corre por mim. Lê minha imagem. Parece ser a última vez. Frio na barriga. Dor de cabeça. Gélida sensação. Os olhos me ignoram...

e vira a página.
Cheers!

domingo, 2 de novembro de 2008

No Etéreo

Havia um ar de novo muito conhecível. De novo havia um conhecível ar. Havia de novo um ar conhecível...

Maybe one day I'll be an honest man
Up to now I'm doing the best I can
Long roads, long days, of sunrise, to sunset
Sunrise to sunset

Dream on brothers, while you can
Dream on sisters, I hope you find the one
All of our lives, covered up quickly
By the tides of time

Spend your days full of emptiness
Spend your years full of loneliness
Wasting love, in a desperate caress
Rolling shadows of nights

Dream on brothers, while you can
Dream on sisters, I hope you find the one
All of our lives, covered up quickly
By the tides of time

Sands are flowing and the lines
Are in your hand
In your eyes I see the hunger, and the
Desperate cry that tears the night

A música que tocou no puteiro tocou na minha mente, que tocou no etéreo do momento, e isso me permitiu tocar na prostituta que se apresentava. Havia uma fome no olhar dela, e nos que a assistia do outro lado da pista. Nada daquela música tocava eles, e uma parte de mim expelia a fumaça de uns lumes que tragava. Sim. Ali. Na direção oposta da do vento. O vento que varria o etéreo. O etéreo que me permitiu tocar na puta.
Cheers!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Idiossincrasia pornô

Procurei um atalho até o coração. Apaguei aquelas fotos antigas da mente. Invejei a tua mocidade ainda que tardia. E invejastes minha reciprocidade, ainda que calada.

O jardim nos separava, com suas flores nunca-beijadas. As ruas nos atraíam, com seus sons que nos invadiam. Por metros não nos vemos, e por pura falta de iniciativa.

Fomos embora. Arrependidos. Subimos no ônibus, arredios. Chegamos em casa. Arrependidos de termos nos arrependido. Cansados demais pra termos nos repreendido.

Sem coragem pra ligar um para o outro. Desculpas são amargas demais. Difíceis demais pra ser dadas primeiro, fáceis demais para aceitar.

Desculpas são articuladamente artificiais. Fáceis demais de serem pedidas, difíceis demais para serem compreendidas. A piedade é diferente da autopiedade. Nociva...

No seu olhar moram milhões de estrelas...
Cheers!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Remind me

"No dia que a Flor nasceu nos jardins da vida
algumas estrelas a saudaram
outras a invejaram
por sua beleza

É tão difícil ser amigo da Flor
o ser humano quer tomar pra si o que é da natureza
isso é errado, com certeza
quando se quer apenas contemplar"

Qualquer coisa que eu escreva, Flora da Família Valls
não será a ínfima parte daquilo que eu desejo
embora eu use as palavras no meu escudo
não saberia defender sentimentos tão puros

Que seja sempre difícil, então, dizer-te verdades
porque, no mais, eu sei que você nem sempre compreenderá
e a dúvida gerará perguntas
e perguntas, as respostas

Lembre-se, todos os dias, que existo
nas palavras do Professor
e nas tuas lembranças.

TE AMO.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A mente que se dane!

Era uma vez uma mentira. Ela foi contada mais de um milhão de vezes. No começo foi para alguns, depois esses alguns contaram pra alguns mais, então esses alguns mais contaram pra muitos, e assim a mentira foi sendo contada. Outros alguns morreram pela mentira, outros mais alguns morreram por causa dela, e aqueles outros ainda morreram por omissão dela. Foram milhões.

Agora quem mais mentiu está coroado. Os que mentiram e não creram estão queimados. Alguns, aqueles do começo, não mentiram mais porque não viveram mais tempo. E a mentira permaneceu.

Quando é que a verdade será calada do meio dos covardes?
Cheers!

domingo, 26 de outubro de 2008

Ela É Perigosa

A esperança é a última que morre. Mas existem pessoas, e elas são muitas, que preferem fazer com que a esperança seja imortal. Mesmo essas pessoas, a grande maioria delas, não esperam que a esperança seja imortal, mas que tudo o que elas querem seja realizado. Ou seja, se elas obtêm aquilo que elas querem, pode até ser que queiram que a esperança morra. Pode ser que ela não seja mais imortal. Até que elas queiram mais, ousem mais, ou peçam mais.

Tudo que se espera da esperança é que ela seja uma caixinha com soluções, prazeres, realizações. Jamais se pensa no campo de sonhos, projetos, estudo, disciplina. Queremos da esperança aquilo que nos dotamos crêr, a eterna expectativa. E isso nos empobrece. Vivemos cercado de óbvios, de certezas lacônicas, de rotinas cristalizadas. Não esperamos desígnios, nem, cada vez menos, acreditamos em destino. Não. Destinos não nos deixam ter esperança. Acreditamos mesmo é nos filmes românticos, no olhar do ser amado, no jogo do bicho.

Somos tão crentes que haveria na esperança as nossas crenças mais íntimas. A tola idéia de que somos moldados a crer naquilo que somos...

Então somos fracos!
Cheers!

sábado, 25 de outubro de 2008

A Mística

Eu atingi uma força incrível. Meus passos decidos. Meu coração, o caminho para um entendimento superior de essências superiores. Os chakras alinhados, a respiração fácil, o olhar piedoso, a emanação de sentimentos gigantescos. Eu estou evoluindo. Minha dívida com a evolução está sendo paga, aos poucos.

E meus filhos falarão muito do pai deles. Dirão o quanto eu sou excêntrico, mas saberão reconhecer os meus esforços para o não-limite da mente. Eles sentirão orgulho, e pelo orgulho pagarão caro. A minha intenção será ensinar pelos atos. Um dia...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Meu amor

Quando eu era pequeno achava que tudo era tão distante. Não conseguia me encontrar, com uma pouca estranheza, era capaz de me perder, e chorar sozinho numa calçada.

Na minha adolescência eu achei necessário conhecê-la. Nunca tive medo, mas ela me amedrontava com suas curvas perigosas e olhos antigos e perniciosos. A minha vida começou a mudar, e ela me adotou como se fosse seu "filho predileto".

Hoje, adulto, eu a encontro nos becos, nas esquinas, nas avenidas, boulevares. Eu a amo tanto!

FELIZ ANIVERSÁRIO, MANAUS!! FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU AMOR!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Constante Negativa

Levantei de sua cama ainda sentindo o gosto do chocolate. Vi que você dormiu enquanto me fazia dormir, e achei isso tão engraçado. Aquela era uma hora boa de te fazer um carinho, mas vi que o relógio me obrigou a deixá-la. Aliás, não ele, mas a minha nobre missão.

Tateei debaixo da colcha procurando o meus pertences. Percebi que você me roubou todos, mas, sorrindo, sabia que havias feito isso na intenção de me deixar por ali, como se tivesses esperança alguma deu me permitir. Vi que seus lábios estavam cerrados, e seu semblante estava de um alguém um dia muito cansada. Não agora, nem por mim...

Fui ao banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Eu sempre tenho uma escova ali. Dei mais uma olhada em minhas olheiras, eu já estava a uma semana bebendo, tão severamente condenado a uma diversão infinita. Ou até que a grana acabe, como você havia me convencido a acreditar. Você está sempre tão segura pra falar mal dos meus vícios. Acontece que beber não é um vício pra mim, é pura diversão.

Voltei pro quarto pra me despedir, e acho que sonhavas. Sorrias. E tão linda estavas! Daí eu não resisti...

peguei cinco reais da tua carteira, desci no elevador, peguei meu ônibus e voltei pra casa!
Cheers!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

And Her Thoughts

O que é que eu não posso fazer nesse mundo? Haja tanta pergunta, e por causa delas a gente sempre acha que não tem as respostas. Acredito que as respostas estão num estado natural dentro da gente, mas que só afloram quando as incitamos com perguntas. Então, o que há no mundo que eu não possa, com que eu não consiga dominar, ou ter, ou fazer? Eu posso tudo.

Minha mente me proibe de muitas coisas. Algumas delas ainda estão obscuras até pra mim mesmo. Se eu não sei, é porque aquilo ainda não é dentro de mim. Pensando assim eu tenho todas as coisas dentro de mim, eu sou um universo. Sim, dentro de mim. Porque fora tudo é uma imagem, e imagens não são tão reais quanto aquilo que sobrevive dentro de nós. Lembranças...
Cheers!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O negro dos olhos II

As palavras escorriam no quadro, a tinta ainda estava fresca, e as pinceladas não eram tão seguras. O artista esbaforido se cansava do amarelo e do vermelho. Tão languida, sua modelo respirava hesitante, procurando estar sempre firme. O artista fazia caras e bocas, tratava os pincéis com tanta brutalidade, realmente muito inseguro.

Tão fácil como pintar um ovo ao lado de um copo d'água! Era sua tarefa mais fácil, afinal de contas a modelo era realmente uma modelo. Assustou-se quando, em meio a sua performance, se deu conta dos destraços e incolor paixão expressa naquela arte. Ouvia os sinos da catedral ao longe, e mais uma vez caiu em si, e percebeu à sua volta toda aquela desorganização mundana, e o pandemônio das hordas lá fora. Seu apartamento era uma oficina no terceiro andar.

A modelo, duas horas e quinze de paralisação estupidamente carnal, suava horrores, e fedia. Aliás, tudo fedia. Fediam a coisa imóvel, a mofo. Os pincéis estavam muito velhos. Erravam como crianças, mas acertavam como velhos, a antiga arte, o olhar, a troca do artista com sua musa. E que musa!

Num giro de cabeça acertou os cabelos no rosto, correu os olhos no quadro inteiro, num ziguezague escandaloso, e tingiu a mão na tinta. Era pra ter sido mais vermelho, mas pintava algo que parecia com os pés. Começara com o rosto, como a maioria. Jogou gotas de verde, incendiou o chão de vermelho e apagou as labaredas com um turquesa na parede ao fundo do sofá. O sofá da musa, onde ela, nua, se exibia.

Agora, eu que vi nascer, contemplo o quadro. Ele está abandonadamente sendo exposto num lugar ignorado por grandes mentes, mas onde às vezes as pequenas opiniões arrasam com o artista. O artista é meu amigo. Tenho tanta fé nele! Pena que ele se droga pra obter êxito... mas por que criticar, afinal, sem as drogas, ele não se acharia feliz. E sem felicidade não haveria artista.
Cheers!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Personagem: Lindemberg Alves

.snemoh sod augníl a essalaf ue euq adniA
.aires adan ue roma mes, sojna od augníl a essalaf E

Mesmo que você corra, eu te encontrarei. Eu decidi que te quero, e disso eu não desistirei. Somos um do outro, e mais ninguém vai interferir. Se eu digo que não quero, você vai ter que concordar. Porque você sabe o quanto que eu te amo, mas, amor, eu não sei se vou atirar. Há algo que você queira me dizer por baixo da mordaça? Hum? Não? Pois eu até pensei que você, algum dia, discordasse de mim!

Cara, eu não acredito que estou fazendo isso! Vocês nunca vão entender o amor que sinto por ela. Não tenho dúvidas, se eu a vejo na janela, eu a possuo, e mais nada importa. Agora você estão tão perto dela, e isso me incomoda. Vejo sua foto e a minha na televisão, e falam de mim. Dizem que eu estou louco, mas ninguém sabe o que eu estou tentando fazer. Meu amor me compreende, e é tudo que eu posso querer. Ela diz que me ama, e é tudo o que eu possa querer.

Mas eu não me sinto bem. Nem consigo mais dormir. Há algo na minha alma que diz pra eu deixar o mundo de outro jeito. Daí eu começo a pensar no seu comportamento ultimamente. Eu sei que brigamos, e que você prometeu terminar comigo, mas eu sei que você mente tão bem. É, você é realmente uma grande atriz!

Eu realmente não me sinto bem. Te procurei e me perdi, e fiquei muito puto com tudo isso. Minha raiva me dominou, eu sei, mas não há o que te desculpar. Eu sei que você me ama, e eu já disse, isso é o que importa. Não é? Não é?!?! Você concorda comigo, e seus olhos estão chorosos. Não diga que está sofrendo, pois eu sou o homem da sua vida. Daqui eu vejo teu corpo quase completamente nu, e isso me excita. Me excito também em saber que o mundo todo nunca mais vai esquecer o quanto que eu te amo. Por que eu te amo. Você é minha vida!

Entendeu? Você é minha VIDA!
Cheers!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Um novo tempo, Solari

"O novo se renovou em antigas fontes. As fontes profundas, ecoavam suas dúvidas. E aqueles jovens todos voltavam para suas casas com um coração cheio de sortilégios. Os seus pais muito orgulhosos, e suas mães temerosas, todos saudavam os jovens.

A guerra chegou depressa. Aqueles homens e mulheres estavam a anos preparados, haviam forjado o que havia de melhor ao alcance de suas capacidades. Era uma guerra cruel, pois o inimigo era algo morto, mas que sobrevivia pelo ódio dos mais poderosos que a Alva. Aquele povo se inflava de dor e coragem, e amava muito sua terra, que viam servir de pousada maligna.

Os jovens morriam, poucos, mas morriam..."

Com esse pequeno texto eu iniciei um conto que fala, pela primeira vez, de mortos-vivos, undeads, no cenário de Solari. Nunca havia sido um consenso a interpretação desses seres na mitologia e mecânica solariana, mas o passado de muitas dúvidas começaram a ser respondidos. Talvez por que eu esteja ficando mais tranquilo, e isso me faça criar com mais clareza.

Vamos ver um novo tempo em Solari, afinal, já fazem 360 anos que Gox faleceu e aquele mundo precisa de novos heróis. Heróis tão grandes e sábios quanto aqueles. Ou talvez precisemos somente de uma grande guerra. Quem sabe?
Cheers!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Universo

Quando da aurora, percebeu que era dia lá fora, e sorriu. Lembrou que naquele dia a expectativa era muito grande. Muitos significados para todas aquelas idéias, os sentimentos todos, o amor que sentia por aquela mulher magnífica. Ficava claro para os seus que ele é tão apaixonado que mal sabia como parecia para o mundo sua extrema felicidade.

Caminhava pensando o quanto estava atrasadas as cartas, os telefonemas, as promessas, muita coisa atrasada, enfim. Caminhava como se houvesse um meio de, caminhando, chegar até ela. Chegando até ela, dizer "Je T'aime Till My Dying Day", e alegrar-se. Saberia, naquele momento, que tudo havia valido a pena.

Então, no dia de hoje, como em muitos outros, ele alegrava-se somente porque sabia que havia um universo conspirando a favor. E hoje, tudo conspira a favor.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O negro do olhos

I cannot die for what I believe!

Expulse aquela miríade de sonhos que você tem de sua mente, liberte-se. Não procure mais a tal felicidade nas taças finas e chiques doutrora. A morte está sempre rondando seu peito, e não te deixa dormir. Por isso eu te aviso, querido amigo, estás tão perto do precipício. Eu mesmo dizia de mim tudo o que falais ao vento. Liberte sua mente!

Vejo que você está tão afetado. O que me aconteceu esses tempos? Eu sofri demais, e uma dose a mais de palavras foi tomada. Você nem mudou, uma antítese dos dias sombrios. Incólume. Mas quem não aprende com o amor, aprende com a dor, dizem. E eu só posso lhe dizer que não procures mais ser feliz. Isso trata de ser naturalmente.

O que quero dizer é que se é feliz por ser, e naturalmente. Não se produz felicidade, nem nas bolinhas que tu toma, nem na poeira que adentra teu nariz neste exato momento. Eu vi a garrafa de uísque dando bobeira lá, e fiquei tão triste por ti... me perguntei do porquê deu estar ali, vendo grotesca cena. Me forcei a ter pena, e senti saudade também. Saudade de quando tinhas cadernos de perguntas, e que me inquirias sobre bucetas e caralhos. Daí eu vi um filme passar na minha frente. Ironicamente tu te levantou do chão e puseste um DVD desses sei-lá-qual, pra qualquer coisa que te ocorresse.

Tomara que morras, infeliz. E que me faças, assim, um último favor: diga aos meus mortos que estou bem, e que não será mais tão cedo que vou lá com eles...
Cheers!

domingo, 12 de outubro de 2008

Saudade

Eu estou de volta!

Nunca mais eu tinha sentido o cheiro de minha cidade tanto quanto senti quando desci da balsa. Minha experiência no Iranduba foi magnífica, mas Manaus me chamava, implorava por mim. Meu amor, que tanto me agrada...

Quero ver todos, andar bastante, ver tudo novamente. Quero ver minha família, quero ter nas mãos um punhado da terra de onde nasci. Estou com saudades de mim, e do meu mundinho. Há pouco falava doutros tempos com um amigo, e dizia o quanto me orgulha ser amazonense, e manauara. Ele concordou, mas não entendeu, eu presumo.

Mas o importante é que eu estou de volta!
Cheers!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A intemperança

Omnia sol temperat, purus et subtilis.
(O Sol aquece tudo, puro e gentil)
Novo mundo reserat faciem Aprilis
(O novo mundo abre-se à face de Abril)

Eu corro pelos corredores da insanidade e dou conta que não há uma saída. Reedito minha obscura procura pelo incognito, nem lembro quando foi a última vez que morri pra ver. Essas palavras amargam até hoje na minha garganta. A tolice é que o futuro é uma tolice.

A tolice é a saída. Reedito minha incógnita procura pelo obscuro. Corro pelos corredores e vejo a insanidade na minha garganta, num grito que sai sem ser pedido. Não lembro quando foi a última vez que amarguei no futuro pra ver adiante.

Que saco! As flores não cheiram mais a flores, cheriam a plástico barato. Que saco! Os meus devaneios não me levam mais para os lugares de sempre, eles estão reparando velhos erros. Daí aparece toda sorte de personagens do passado com velhas propostas sedutoras. O velho está se tornando novo. O futuro é uma saída pra insanidade. Reedito minha tolice pelo grito que sai sem ser pedido.

Não lembro quando foi a última vez que eu morri pra pagar pra ver isso tudo...
Cheers!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Esqueça-me na gaveta

O sofrimento à conta-gota. Eu sou realmente esquecível. Do meu mundo apenas os papéis se salvam, e as pessoas realmente tem compaixão por aqueles que são realmente solitários. Daí eu penso que tudo está passando, o meu coração ainda é de pedra, rs.

O sofrimento à conta-gota. Eu sou realmente tão esquecível. Mal a deixei num portão, fui arrebatado noutros braços sedentos por mim. E não vi o que te acontecera ainda ali, no estacionamento. Quando cheguei, dissestes tão chorosas coisas. Pela primeira vez das muitas que virão eu senti que estavas certa. Eu senti.

O sofrimento é realmente esquecível. Do nosso passado apenas os papéis se salvam, e começo a achar que és novamente perfeita pra mim. Como se tudo o mais fosse letra de música. Daí você vem à conta-gotas. Pinga um beijo aqui, pinga um afago dali, e eu me sinto um maldito poeta empobrecendo nossos momentos apenas por hábito.

Eu sou realmente um conta-gotas. Do meu mundinho apenas o sofrimento é que se salva. Meu coração de pedra é tão esquecível. Começo a pensar que gosto de ti novamente. Vejo-me tão delicadamente apaixonado. Suas chorosas coisas me dá compaixão de mim mesmo.

Pinga mais, pinga pra mim, um conta-gotas, a amante perfeita, o meu hábito empobrecedor. Pinga aqui, pinga acolá, um sofrimento a mais. Começo a pensar que gosto de mim novamente...
Cheers!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Cem Limites

Te fecundei. Sinto que estás fecunda, boa fé nas coisas, sorriso largo, pele bonita. Ontem ainda deixei teu leito por causa das coisas que eu não largo. Deixei teu leito com a sujeira do meu pulmão, e o doce de minhas palavras. Senti, naquele momento, que estavas fecunda de mim. E eu acredito em você.

Mas você não acredita em mim. Você acha que não há vida mais seca que a sua. Acredita que os homens não tem propósitos, e que eu também não. Você está viciada na idéia da suprema desordem do meu mundinho, e eu acho graça disso. Afinal já fomos bons companheiros, agora é só sexo casual...

Daí fui ao puteiro. Eu e um amigo. Sentia-me um sósia de mim mesmo, irreconhecível. Ali mas tão longe. Tão longe, numa distância que já cansei de tentar encurtar. Meus olhos estavam ali, a mente não, mas quem se importa? Eu estava a salvo no meu reduto, naquele templo. Eu estava seguro junto às putas, ao bar, como nos velhos tempos.
Cheers!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Lux Distante

Eu estava tão distante, achava ser necessário. Quando minha velha mania de pertubar o status quo começou a se manifestar, eu parei. Eu tinha e tenho que permanecer no alfa, sem maiores explicações. Sinto que há uma grande mudança a caminho, mas também um (círculo) vicioso pela frente.

Está difícil ficar sem internet, sem notícia dos amigos, distante das pessoas que eu amo e não suporto, rs. Quando me dou conta que é noite, eu durmi com a mente nublada em pensamentos. Será que estão bem? Para onde vão? Será que posso ir com eles?

Minto pra mim que está tuuuudo bem, que não há nada acontecendo. Dou o braço a torcer numa tentativa de piorar mais as coisas (pois não melhora). Eu não olho mais nos olhos de ninguém, nem na frente do espelho. Está tão difícil. Me sinto tão distante. E não é aquela distância tangível com os olhos que a Flora por anos me pertuba em lembrar, mas a distância de sabê-los, de censurá-los, de absorvê-los. Eu me senti sozinho, e tão somente eu.

Quando é, meu Deus, que umedecerei minha boca?
Cheers!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Prata da casa

Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro,
Que existe ordem e progresso,
Enquanto a zona corre solta no congresso?
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar!

Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos

Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes

Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade
Se tudo aqui acaba em samba?
no país da corda bamba, querem me derrubar!!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por que ....

Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes

Os dias passam lentos
Os dias passam lentos

Cada dia eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes...

Zé Ninguém - Biquini Cavadão

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Eia, Magna Hora!

Mais lenha pras suas fogueiras, vizinhos barulhentos.

Em algum lugar, entre o silêncio sagrado e o sono, a voz do Enigma chama por você. Respire fundo e relaxe. Comece a se movimentar lentamente, bem lentamente. Andraz. Deixe a radiante lua penetrante entrar em sua mente. Liberte sua mente...

Eu estava sentado no meu quarto devastado, sem luzes, sem música, só raiva! A luz me perseguia e eu fugia rumo à escuridão, como num jogo de pega-pega. Eu sentia o frio em minhas mãos, e frieza no meu pensamento. Eu me libertei, ou somente fugia? Aquele era o meu karma, eu pensava. Em algum lugar, entre o silêncio sagrado e o sono, eu pensava. Virgo. É duro encontrar o contrapeso quando você está apaixonado, eu pensava. Afinal, errare humanum est, acreditava eu. Eu não notava, mais estava mais próximo da dúvida que da resposta.

E num momento fui impelido. Nasci novamente. A luz me queimava os olhos. Seguindo o sol, encontrei um para mim, que lhe dá as asas para voar. Seguindo o sol, o dourado, sentindo como perdedor durante o espaço e tempo. Eu renasci.

Renasci! Garotto!
Cheers!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Exit Light, Enter Night

A esperança está morta, engasgada pelo óbvio. A Mãe chegou muito tarde da festa e não viu quando seu filho saiu pela janela. A esperança está morta. A Mãe, o Pai e toda sorte de pessoas tristes, fingidas e parentes, viam pela janela o que o Filho suportou sorrindo, quando feliz. Negros olhos que se entreolhavam sempre perguntando: para onde foi a felicidade?

Durante o naufrágio, alguns quiseram ter suas histórias cantadas, o que na pressa não chamou a atenção de ninguém. Eram pessoas que ali estavam entregues, tampouco se diziam salvas. A esperança está morta. Desde o fundo.

Dos aviões lançaram-se notícias: BOOOM! Here comes a new challenger! Saimos todos aflitos, suados e mal nutridos. As notícias chegaram na velocidade da justiça, lenta, e muito dolorida. Não fazia mal saber mais, o mal se faziam em quem não sabia, para as vítimas do naufrágio.

Para as vítimas das notícias...

Para a Mãe e o Pai...

Para ir em frente...
Cheers!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A felicidade não está no rótulo

Quando surge o sol no céu, com ele vem uma inquietação incomum, como se a chama de minha essência se inflamasse numa pira muito alta. O corpo obedece a um incomum fluxo de energias fluidas de um único pensamento: a vitória. Trabalhar numa campanha política é ter sempre em mãos energias desconhecidas, mas muito fortes.

O povo é desconfiado. Eles não acreditam, alguns sequer tem esperança, mas estão sempre dispostos a falar, trocar a experiência, sabedoria plena. Somos sempre bons ouvidos, somos sempre bons oradores, e trazemos um pouco de alento. É diferente de se ser magnético, ou carismático. Somos tão somente uns como os outros, e assim nos igualamos, mesmo que por uns minutos.

Eu sinto essa energia me mantendo sempre alerta, como se me sustentasse, embora eu a domine por pouco. A mente está focada, o espírito está resoluto, sou bem quem eu gostaria de ser. Feliz e ocupado, ocupado e satisfeito, satisfeito e esperançoso...
Cheers!

sábado, 9 de agosto de 2008

You're in my mind

A felicidade chega das mais diversas formas. Ela vem sempre impregnada de sorrisos, gestos e muita alegria...
Hoje, quem me fez feliz, mais uma vez, foi a Flora...

Parabéns pelo seu esforço, amor. Você merece o céu de estrelas. TE AMO!
Cheers!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

nunc et in hóra mórtis nóstrae

Ele era mais sábio pois estava em muitos lugares, diziam uns. Na verdade era somente a sua consciência que visitava os mais diversos lugares...

"Salve, Regina, mater misericordiae; vita, dulcedo et spes nostra, salve. Ad te clamamus, exules filii Evae. Ad te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia ergo, advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria."

Em muitos lugares...
Cheers!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

açnarepsE

"De novo a criatura se voltou contra seu criador. Encheu-se de ódio do mundo e libertou-se. Tudo fazia sentido, e seu criador já havia ficado receoso sobre o que aconteceria no futuro. Eu pude acompanhar que era muito mais do que a liberdade de um, mas o bem estar de todos..."

Antes o passado era mais presente, agora ele é tão vago, insignificante. Eu envolvia meus pensamentos todos numa colcha de passado e presente, tão certo que a vida seria generosa com o meu aprendizado e disciplina. Agora o presente é uma fotografia do passado, deu abraçado com alguém que agora me faz falta, e o significado do futuro me passa tão desapercebido que tremo em pensar que nada daquilo de antes pode voltar a ser. O que me alegra são duas pessoas que eu amo tanto...

O presente está tão feliz, o futuro é tão grande, mas o passado se tornou uma incógnita. Não sei de onde vim, mas sei muito bem para onde eu vou.
Cheers!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

ler Alfarrábios

Sinto a tua falta, está tão apertado aqui. Eu penso que você poderia estar aqui, comigo, afagando meus cabelos e ouvindo meus poemas. Por que não fui eu quem dirigia? Será que eu teria morrido no seu lugar? Me sinto tão vazio... se eu pudesse trocar com você, morreria feliz. E quando amanhece e passo a mão no seu lado da cama, e não sinto teu corpo, eu choro. Seus papéis ainda estão lá. Seu perfume ainda está lá, e as fotos rasgadas da nossa última briga ainda estão pela casa toda. Meu Deus, como eu fui tolo.

Sempre tive a chance de te dizer que você é tudo o que eu tinha. Mas eu não disse. O vento levou embora teu olhar, e aquele acidente, para mim, significou toda a culpa que eu senti em te dizer horrores. Foi aterrador saber que estavas ali, do meu lado, esvaindo tua essência cada segundo mais...

Mas agora eu estou em paz. Você me visitou noite passada. Transformou o que seria mais uma noite numa maravilhosa viagem de luz e satisfação. Se eu tinha dúvida que estavas comigo, ela não existe mais...

Para sempre te amarei, Shiva.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pais e Filhos

Quando se viu liberta das amarras quis voar, e sentia a liberdade lhe soltando pouco a pouco. Havia tanta vontade de gritar, de sorrir e, principalmente, de voar. Então foi ao parapeito da janela e deu uma última olhada no horizonte cinzento, observou longos segundos a paisagem urbana que tantas vezes foi desejada e sorriu. Satisfez seus olhos com a luz dourada do sol, e alegrou-se mais ainda com o calor na sua pele. Olhou também a legião de pessoas que saíam dos ônibus e dos carros, vindo dos seus trabalhos, suados, cansados e famintos. Olhava também, curiosa, o desânimo desse povo nas praças e becos, sabidos da violência de nossos dias. E logo refletiu: não valia tanto a pena a liberdade do mundo. Queria mesmo era a liberdade do espírito.

Então, no final da tarde, ela se jogou.

E virou música...
Cheers!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Dor Aguda

Estou aqui, e agora não estou... o que te faz acreditar no que vês é aquilo que, por tempo, assimilas como verdadeiro, e, impressionado, fez contato contigo. Somos tão tolos, mas é mais magnífico como nos esforçamos em ignorar a gigante capacidade da nossa mente. E daí criamos Deus, para que Deus nos crie. E antes que creias que estou tentando te fazer crer que não acredito em Deus, eu direi que acredito.

Para que saibas que eu estou bem onde eu deveria estar, vou dar-lhes uma prova. Não haverá sombra de dúvida após isso, e terás sempre a certeza de que ouviu exatamente algo que vem de alguém que tem em tudo certeza. Farei vocês acreditarem naquilo que eu acredito, e não terás mais medo de dizer de mim o que compartilharei adiante. Parecerá a vocês, no futuro, que somente após isso você sentiu-se liberto da tamanha ignorância pela qual te prendes, e dirás: como eu fui tolo! E eu posso isso porque é mais fácil para mim, pois eu sei.

E a verdade que lhes direi é essa, e jamais outra: estou bem onde eu quero, onde deveria, estou onde estou porque eu quero.

E uma letra de música, do Radiohead, porque esse blog é odioso, elucida bem a atmosfera desse post.
Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins

It wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run

It wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out

If I could be who you wanted
If I could be who you wanted all the time

All the time...
All the time...

Fake Plastic Trees - Radiohead

Cheers!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

happy

No back to the basics, eu me pego ouvindo Korn... uma letra que fala demais é Dead, do álbum Issues.





Num outro post eu falarei de alguma coisa que não seja eu...

Cheers!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Por mudar.

Quando eu ouço meu coração, um coral de vozes lá dentro ecoam com tamanho volume e presença que eu me sinto pleno e jamais sozinho. Pode parecer loucura, mas é muito mais desconhecida a forma como eu entro em contato com essas vozes. Elas vem por si só, sem que eu perceba quando tudo começa.

Ultimamente eu tenho me fechado em copas pra um monte de coisas. A cabeça está centrada no trabalho, os ânimos são os melhores, estou otimista. Não gostaria de dedicar uma linha sequer ao coração e suas armadilhas, nem sobre a apatia que me domina nesse assunto. No entanto, eu não sou muito bom em seguir regras, não é mesmo...?

Estou tão triste. O coração está se tornando, de tal forma, tão humano, tão incorrigível. Tenho medo dessas mudanças... será que eu vou me tornar num dos famigerados idiotas que centenas de vezes vi chorar por alguém, será que eu vou me tornar naquela espécie de homem piegas e transtornado que disputa causas com "a pessoa amada"? Eu estou mudando tanto, e acho tão tarde para isso. Logo agora, com tão pouco por esperar? Venho me perguntando, e talvez não esteja preparado pra resposta, se ser assim tão próximo dos comuns é bom. É tão bom ser diferente, e quando isso é mais evidente, eu começo a mudar.

Sabe, Flora, eu acho bom mesmo que a gente fique um tempo sem se falar. Não por algo errado com você, nem me acho tão indigno de pena, mas porque eu fico pensando em ti toda vez que mergulho nessas perguntas acima. Imagino-me do teu lado, sentado num banco, um jardim, te inquirindo sobre a vida. São tantas perguntas... não é que seja bom ficarmos assim, sem contato, mas é que, no meu íntimo, eu necessito da dúvida mais do que nunca. Respostas seriam um breve analgésico. E eu lograria todas as tuas respostas, tu me conheces, né?

Mas não fique triste. É tudo parte de um processo, da evolução. Eu espero!

domingo, 13 de julho de 2008

Seek and destroy me!

Algumas ilusões são imortais.

Eu não me convenci das verdades de outrora. Somos apaixonáveis. Ainda lutamos pelo o que nos consome, todos os dias. Há aqueles que contam os dias para a glória, e rejubilam-se na derrota. Eu prefiro ver o inimigo sem asas do que ultrajado.

No crime, quem se acha culpado é mais inocente. Culpado são os mascarados. Eu tive a oportunidade de usar minhas máscaras, e de ver cair algumas. Todos somos tão medíocres. Me orgulho do teatro na minha vida, daí exijo que assim sejam. Eu estou errado...

Sou tão cheio de detalhes. Possuo tantas virtudes...
Cheers!

sábado, 12 de julho de 2008

Satanizando o amor

Quando o vazio preencheu o vácuo, dentro de mim tive a certeza da hora. Era aquela de ir embora, e tentar preservar o mínimo de dignidade. Os lenços estavam todos úmidos, os olhos mareados e os semblantes felizes. Eu te amava, te imaginava. Nunca gostei dos românticos, mas eu era um por eras que se foram.

A porta veio em minha direção, e as horas se aproximavam cada vez mais. E como se a gente se deixasse ir, promíscuos, não notávamos que estávamos tão perto. À queima roupa foi aquele beijo. Nem me lembro mais de quem partiu. Já faz tantos anos...

O beijo ecoou pelas eras, sobreviveu aos meus devaneios, suportou os meus humores. O beijo se tornou uma marca, uma forma de mudança, as minhas memórias mais singelas. Nada mudou entre a gente, e ainda nos tornamos mais íntimos, somos amigos pela vida inteira. Um beijo que é a melhor hora, aquela de ir embora, onde os olhos mareados não conseguem esconder o que a alma quer dizer...

adeus!
Cheers!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A bullet in my mind

Pralma diverso sentidos
distantes e nada divertidos
eu estava sonolento
e indeciso

Ora se era tarde
que, assim, sem alarde
me tomas por freio
de devaneios
acorda me palavras
em algumas verdades

Mas, você não suportaria a verdade, ainda que fosse. E dentro de mim eu penso que poderia dizer e tentar fazer, e isso me agrada. Logo eu me vejo preso em uma cadeia de pensamentos, tão longos, mas não nobres. Me dou conta que estamos, é fato, tão ligados. Eu me olho no espelho e vejo você. De alguma forma.

"ennodnaba'm ej, ellof sius eJ"
Cheers!

domingo, 6 de julho de 2008

A bullet in my head

Chega a noite e eu vou desvestindo minha roupa, o quarto está vazio, e logo o cansaço me doma. Bicho feroz que não conheceu sequer "obrigado" durante suas funções, vejo-o doendo, tardio. Daí vou desandando meu alento, e desmedindo meus movimentos, na fraca luz do quarto. Procuro tão breve os panos e encontro o cobertor, e logo eu desarrumo a simetria e desligo as luz da mente.

Na minha imaginação, já deitado, eu vou despertando o inominável, descobrindo as arestas e provocando as imagens. Tudo não se completa, na realidade, inventada, é desagradável. Quantas vezes eu me chocarei com tais desinvenções e destruições? Há o que se desmerecer e obrar naquilo que eu tenho até medo de contar. É de se chegar longe tentar explicar e mensurar sentimentos. Quando não se pode.

O topo é tão frio e solitário. É melhor estar no meio dos piores, dos lugares-comum, e da ralé...
Cheers!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A bullet and a drink

O barman já me esperava. A notícia correu muito rápido. Mais do que eu esperava. O bar estava com aquele cheiro característico, mas para mim era um tanto nostálgico. Aqueles velhos pecadores e suas taças cheias de veneno, seus pulmões entupidos de ar sujo de horas de trabalho e cansaço. Os rostos conhecidos me encaravam como um reles desconhecido, as garçonetes estavam esplendorosas em seus trajes fedidos. Eu havia decidido que dali eu sairia bêbado, mas diante de tal cenário eu não fiquei sequer cinco minutos.

Fui caminhando para o bar seguinte, e pela mente já me passara a idéia de ir num pub ou, a melhor das idéias, num puteiro. Um homem sozinho tem que ter escolhas, but "too many options may kill a man". No caminho alguns rostos, e nenhuma atenção. Será que meu semblante está assim tão ruim? Há algo no meu cigarro que me impede de pensar sobre isso, então não importa. E custa pra chegar o outro bar. E o caminho é o suficiente para cantar uma pequena canção, para mim, punk.

Não direi que fiquei no segundo bar. Fedia muito lá. Então fui pro puteiro. Mais do mesmo?

Sim, o barman nada atencioso, a química estourando no banheiro, o chão de cevada, os pecadores mais que promíscuos, as dançarinas de final de época. E eu lá no meio. Cometia o erro de acender um cigarro na ponta do outro, bebia vinte e cinco paus de cerveja em vinte minutos "pra ligar" e botava os pés no balcão pra mostrar virilidade. Chamei uma puta pra conversar, e deixei algum número de celular com ela. "Pra depois", eu disse. Mas eu nem tenho celular. Me diverti com aquela que mal sabia rastejar no palco, e me diverti mais com a que sabia. Enfim eu pude descansar em colo desconhecido. Fui novamente jogado pra fora feito um cão sem-dono.

Amanheci na padaria, comendo meus últimos centavos. Aliás, os últimos não porque esses pagaram os trinta minutos que levei pra escrever isso. E só! Agora eu quero dormir...
Cheers!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Recortes áuricos

"...do senhorzinho tocando gaita e sanfona... que a alegria era teu tônus, e saberá?... cantando toda a prosa preparada... Shiva não me procura mais... (e daí?) É um pandemônio tamanho que me amedronta... sua açucarada vida se revia... eu me perguntava, agoniado, por todas aquelas frases grifadas... prasanna vadanaaM saubhaagyadaaM bhaagyadaaMhastaabhyaaM abhayapradaaM maNigaNair-naanaavidhair-bhuushhitaaM... eu mereço um descanso... não escolha tanto, por favor."

Tirem daí todas as respostas necessárias pra vocês, idiotas. E espero que resolva os problemas de vocês. Eu estou de saco cheio.

Leia! Leia novamente!
Cheers!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Noite Reversa

As folhas da árvore não estão mais lá. Ainda me lembro do senhorzinho tocando gaita e sanfona, triste e resmungando, sempre que podia. Não era o encontro perfeito mesmo!

Desde o começo da tarde as coisas não davam certo. Eu estava cada vez mais chateado com seu atraso e você cada vez mais atrasada. A medida que eu pensava que aquilo acabaria, tinha a sensação que ficaria pior. Daí eu procurava ver as coisas por outra ótica. A ótica do otimismo. Tudo vai dar certo, dizia eu. Mas não era meu dia de sorte.

Você chegou e foi logo cantando toda a prosa preparada no ônibus. Aquela sua idéia errada de que eu sou crente de todos os teus defeitos. Não te passou à cabeça, em momento algum, que eu nem me importava mais com o atraso...

só com tua fera!
Cheers!

sábado, 28 de junho de 2008

Uma Pétala a Menos

Quando disseram que você precisava se tratar, você não se cuidou. Foi na contramão de todos, e imprimiu a imagem de uma pessoa arredia a conselhos. Não aceitou em momento algum que dissessem a você aquilo que você deveria fazer, não sem antes muito pensar. Procurou inspiração aonde não tinha, e ainda tinha a coragem de ensinar. Muitos te apontaram o dedo indicador e disseram o quanto você estava fraco. Mesmo assim você correu para socorrer a sua própria (in)sanidade.

Foi exatamente aí que eu me interessei por você, caro amigo. E hoje eu sou exatamente o sinônimo dos teus atos. Foi um sacrifício imenso aprender cegamente tudo o que você deixou como legado. E amanhã fará quinze anos que você se foi...

Preciso tanto de ti aqui. Não que eu tenha dúvidas disso. Mas mereço te ver novamente. Afinal de contas eu evoluí tanto quanto minhas expectativas.

Obrigado, Paulo!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Marginal e sábio

O marco inicial foi a música que nós ouvimos, e nos enchemos de ódio do mundo. Daí chegaram os outros casais, e todos ficaram sentados tentando encontrar um nexo no que fazíamos. Os pobres mortais não conseguiam compreender a nossa telepatia, e ficavam ainda mais abismados com a forma que nos conectávamos ali naquele momento. Isto é, se eles criavam alguma idéia que não fosse a de "hum, eles tão no clima".

Um pouco tarde pra se falar em "conceitos cósmicos", ou do "velho estigma", os primeiros, nós, fomos dormir já cansados. Na verdade fomos nos deitar, porque não tínhamos sono. E os outros achavam que o quarto estava muito silencioso. E estava.

Hoje pela manhã eu finalmente dormi. E acordei antes de ti.

É tão lindo te ver dormir! Eu fiquei alguns minutos olhando-te, e lembrava do "eu estou mais madura". Daí, em meus pensamentos, a figura que fizeras na noite anterior me pareceu contigo. Isso não é um lance tão poético quanto tu te esforçou fazer parecer, mas eu vou acreditar como se fosse. Primeiro porque és cheia de pudores mundanos, e segundo porque tu foi mulher pra refletir minha insanidade, e não tivestes medo disso.

"Somos egoístas", lembra? "Mas porque assim, pura e simplesmente", perguntas. "Temos que domar nossos demônios interiores" eu digo. Daí tu me almeja com tua ironia: "Estou livre de alguns, mas doutros eu até gosto". E eu só te compreendo, pois eu não faria a menor idéia do que querias falar, até que te vi dormir, e também quando te vi trôpega, maliciosa.

Somos dementes! Somos doentios! Algum dia já disseram isso a ti?
Cheers!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um real por seus pensamentos

Tua parada cardíaca, eu sou, e fui. Somos ao cubo o conhecimento. Sendo reverso, dirias. Eu não concordaria pela mania que tenho de não concordar. Mas concordaria se me contrariasses. A virgem ausentaria-se e eu nunca saberia, naquela noite, como foi bom.

O pecado é a maneira de ver dalguns, minha cara. Eu estou acima disso. Quanto a você, que triste... abandonastes teu pretenso para aventurar-se com um canalha feito eu. Eu te deixaria sempre que tivesse a oportunidade. Mas mesmo assim te diverte estar comigo, mesmo eu te comendo pelas beiradas e consumindo toda a tua paciência, e representando o ritmo das pancadas que recebes na consciência e no bolso.

Daí então eu vou entrar no seu teatrinho, rs. Alegria alegria, estamos sublimes na nossa interpretação. Eu finjo que não estou ali pra aquilo e você finge que acredita. Somos os mais bobos, e mais do que dizem de nós. Aliás, somos dois adultos que insistem em permanecer lançados no etéreo mundo que nós mesmo criamos. Ou seja, ainda não crescemos em nossos anseios.

E que seios!
Cheers!

sábado, 21 de junho de 2008

Ande ao redor do Fogo

Tão lindos os apaixonados...

Idéias recorrentes os dia inteiro. Pequenas frases fantasmas disformes que tentam, sei lá, me dopar com suas essências. E eu me sinto no direito de anotar tudo. Velhas frases, velhos bordões e bordoadas, rs.

E desde o início eu procurava sanar toda e qualquer manifestação dos velhos tons acizentados da minha poesia entristecida e malamada. Atitude completamente corriqueira ultimamente. Ando com idéias tão boas, e com pouca disposição de vê-las infectadas pelo meu pessimismo.

Noutro post eu deixo algo mais. Hoje não dá nem pra pensar direito. Post de sábado é uma merda.
Cheers!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Binóculo

Odeio quando frutificam em minha mente tão grandes idéias, daquelas que eu tenho certeza que darão certo, e pelo conjunto de eventos que se seguem eu não consigo exteriorizar isso. Talvez por perfeccionismo eu jamais escreverei sobre ela, mas a idéia me bate a barreira dos dentes assim que eu tenho a oportunidade e disponho de um ouvido interessado, ou fingido. Mas como eu poderia deixar de fazê-lo?

Não são muitos os meus amigos que me escutam as idéias, vou assim dizer. Eu não vejo isso como algo triste, nem daria uma nota a eles, mas sabendo que são poucos, eu os conservo e os considero. Então a primeira dificuldade é "pra quem contar". A segunda é a minha preguiça de passar tudo pra um papel. Mesmo que somente uma idéia, eu pouco escrevo sobre elas. Exceto aqui.

Lá em casa não dá pra pensar direito. É um pandemônio tamanho que me amedronta a idéia que eu possa, com isso, me aborrecer e acabar desistindo da idéia. Devo ser paciente, não comigo, mas com os outros. As minhas idéias são, algumas, tão efêmeras quanto os meus escritos. E isso é prejudicial.

A tal idéia é, e conto aqui para não deixar a Flora curiosa do que se trata mais uma vez, do que chamamos no mundo dos quadrinhos de "argumento". Seria muito se eu dissesse que é um roteiro, visto que não há sequer uma fala, nem nome de personagem, nem local, nada; só o argumento. Eu direi somente que, na minha mente, seria algo que ficaria muito bom para o formato de filme e cinema, mas não sei para o formato livro ou quadrinho. Aliás, quem sabe quadrinho hã? É claro que eu não vou me aprofunda na história... primeiro o que vem primeiro, e o que vem primeiro ainda não aconteceu. Só gostaria de ter o Albertino aqui comigo pro primeiro passo.

Ah, e já que eu estou falando de cinema... sim Flora, o filme é maravilhoso. Parte daquilo que me compete dizer daquele filme está se estragando nos dias de hoje: a originalidade, a autenticidade. Eu já sabia que gostarias...
Cheers!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Venha, Escolhido!

Ruminando algumas idéias, eu andava meio confuso com algumas, hum, idéias. Nada que Shiva não consiga responder, se eu a inquirisse. Fiz os pequenos círculos no chão e fiquei lá, observando o comportamento das formiguinhas. E eu fedia, suado, insuportável. Então meus sentidos estavam um pouco alterados pelas folhas e memórias que eu queimei. E sim, os círculos do dia anterior ainda estavam lá.

Havia uma foto que custava a queimar. A anos ela já não habitava minha mente, e ontem custou a queimar. Reanimei a chama que a consumia e dei três sorrisos quando via a imagem deformada se desfazendo em brasas. E aqueles pequenos negrumes que flutuavam avisavam: estamos morrendo! Eu só me divertia. Não eram somente memórias, mas capítulos. Nada importante. Se fossem não teriam sobrevivido a tantas vezes que tive a vontade de destruí-los.

Parte do calhamaço estava custando pra queimar também. Daí eu incentivei, incentivei e algo começou a acontecer. Quando se controla bem os elementos, tudo é possível. Queimou com tamanha velocidade que eu me assustei. Parecia que o fogo tinha pressa maior que a minha. Ou que o Ar me libertava daquilo tudo alimentando o Fogo tão fraco. Joguei umas raízes em cima no final e pronto!

Mas o que eu mais pensava naquele momento era em registrar aqui aquele evento libertador. Shiva não me procura mais a um bom tempo porque "o blog deixou de ser odioso", e Mahal era todo sorrisos com as letras que eu postei ultimamente. Todos nós três somos diferentes. E como!
Cheers!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Laços Profundos

If I had to lose a mile
If I had to touch feelings
I would lose my soul
The way I do
I dont have to think
I only have to do it
The results are always perfect
And thats old news
Would you like to hear my voice
Sweetened with emotion
Invented at your birth?
I cant see the end of me
My whole expanse I cannot see
I formulate infinity
And store it deep inside of me

Oh Me - Unplugged In New York - Nirvana

Sim, that's a back to the roots, uma volta ao meu passado, às origens. Na verdade a letra ia ser Dumb, essa sim do Nirvana, e não Oh Me do Meat Puppets, mas a música acima está mais pro meu estado de espírito que aquela outra. Daí é infinitamente mais cômodo falar de hoje que do ontem. Quem já me viu no círculo vicioso choroooso de antigamente sabe da minha preocupação em não, digamos, dar na vista...

O normal seria que eu deixasse aqui uma pequena impressão do meu dia anterior, ou contar que foi divertidíssimo, que passei a tarde com os amigos e que a noite foi premiada, e que teve té uma caipira pra deixar todo mundo legal, mas acho que não estou com disposição para tal. Nem sei mais o que aconteceu na noite anterior, pra falar a verdade. Só sei que fiquei sem dinheiro!
Cheers!