segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Introspectiva mente

Me sentindo como um personagem de quadrinhos. Muito velho para essas coisas. Muito difícil de enxergar. Parece que há um plástico envolvendo meu pulmão. Difícil respirar. O coração está gélido. Não. O coração é uma pedra. Melhor. A pedra é o coração. A pele está cinza. Me sinto doente. Meu contorno de tinta. Com medo de tíner. Com medo de qualquer diluente. Cansado demais. Com fome demais. Fome de mais páginas. Mais capítulos. Não. Maiores capítulos. Melhor. Melhores capítulos. A alma do que falo na lama. Tudo o que eu falo está pendurado em balões. Letras e expressões desenhadas. O mundo virtualmente sem cor. O fígado dói. Não consigo sentir odores. Momentos. O cabelo desgrenhado. Barba-por-fazer. Eterna barba-por-fazer. Algum barulho no bolso. Papel. Outro bolso. Uns trocados. A minha imagem está sendo lida. Alguém lê minha imagem. Me venera. Olhos sórdidos. Um frio na barriga. Os olhos me fitam. Respiração mais comprometida. Começo a suar. Não há o que temer. Não há temência naqueles olhos. Olhos perscrutando cada quadrinho. Mas eu não consigo saber o que pensam. Estou tão à vontade. Vontade de falar muito. Falar. Sou um agitador de massas. Sei que me ouvirão. Sei que me ouvem. Só não sei se esses olhos me dão ouvidos. E eu crio dúvida. A dúvida cria sentimentos. Medo. A rejeição. Parece que estou na lua. Não sinto meu corpo inteiro. Os olhos ficam irriquietos. De repente tremo. Completamente fraco. Volto a suar. A sensação. Há algo acontecendo. Corre por mim. Lê minha imagem. Parece ser a última vez. Frio na barriga. Dor de cabeça. Gélida sensação. Os olhos me ignoram...

e vira a página.
Cheers!

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