segunda-feira, 7 de maio de 2018

A Queda de Aleotir e a Resistência de Mantétern

Por dois séculos a fortaleza de Aleotir, em Mantétern resistiu a inúmeras tentativas de invasão. Sua muralha alta e robusta representou a segurança que os anões desejavam em suas terras, e também para a sua capital. Homens e elfos elogiavam a gigantesca arquitetura daquele lugar, e sua força. Do alto de suas inúmeras torres as águias e os corvos faziam ninhos. Magias antigas de proteção estavam impregnadas naquelas rochas, e até o sopé da montanha de Húros exibiam inscrições divinas, tão antigas quanto o povo anão. Portões magníficos, com o melhor metal e até centenas de pedras preciosas engastadas, controlavam a passagem de viajantes, comerciantes, exércitos amigos e de reis e rainhas. Sua guarda era inigualável, com anões guerreiros e arqueiros exímios, além de centenas de outros soldados, que se apresentavam rapidamente em qualquer lugar da longa muralha. A fama desses soldados era ainda mais antiga do que a própria fortaleza, mantendo Mantétern longe de conflitos por mais de mil anos.

Mas essa intransponível barreira, que se estendia por toda extensão do estreito vale entre a cordilheira de Húros e a de Gnai Isha, de uma ponta a outra, viu sua queda com o Levante de Amul. As sagradas muralhas foram destruídas, arruinadas, por dragões nefastos e mortos-vivos em horda. As bestas invadiram o vale sagrado, trazendo morte e magia negra para terras acostumadas ao reino da paz. Esse exército horrendo chegou até mesmo à capital Mantétern, que em mais de dois mil anos, jamais vira um poder tão grande ameaçar seu povo. Encurralados na montanha, os anões resistiram, até a súbita retirada de Amul e seu exército. O rei anão já havia morrido, em batalha. Uma imensa dor abateu o povo. E quando, sem a ameaça do inimigo, os soldados voltaram para a fortaleza, seus corações se entristeceram. Tudo eram ruínas, e a magnífica Aleotir havia sido profanada. A única torre resistente em pé abrigava duas famílias, anã e humana, imersas em terror e medo. O relato deles forneceu todas as informações que os Povos Livres tiveram da Grande Investida contra Mantétern.

Longos períodos de invasões, medo, dor, morte e fúria sucederam após essa guerra. Sem a fortaleza o vale estava mais uma vez desprotegido, e centenas de bestas do continente oeste tentavam tomar as terras, e as cavernas. O povo de Mantétern mostrou resistência, e uma improvável aliança com forças de Més foi feita, trazendo um imenso alento em tempos tão difíceis. Sem um rei no poder, os anciões foram os líderes. Não havia tempo para reconstruir, mas somente para resistir. Dessa forma, quando Solari, Dra Revo e Lioteh chamaram, em nada os anões de Mantétern puderam ajudar, nenhum único anão guerreiro puderam enviar, pois já sofriam a sua própria tragédia. E quando chegaram as notícias de que Fradeh já havia destruído a capital Solari, em muito se entristeceu o povo anão. Eles viam tudo isso como maus presságios, mas até aquele fervoroso povo duvidou dos desígnios dos Deuses. Muitos desistiram da Fé, e rumavam, por dentro da cordilheira de Gnai Isha, para o norte gelado. Em Mantétern somente a resistência do digno e bravo povo anão.