sábado, 4 de março de 2006

Uma chance de recuperar-se.

Ouvindo: I Remember - Damien Rice Lendo: jornal Escrevendo: anotação #14 sobre Mantéteh

Aventurar-se na escrita fantástica tem suas surpresas. Você toma a realidade por completo, passa a avaliar todo o mecanismo que movimenta a vida, fica imbuido de dar significado a tudo ao seu redor. Síntese por palavra, é a escrita fantástica.

Apesar de muitos dias sem escrever uma só linha sobre Solar, venho coletando muitos pensamentos a respeito. Durante todo o meu dia, por diversas vezes sou feliz junto à minha imaginação, sendo agraciado com idéias novas e novas observações de antigas idéias. Tudo devidamente regado pelas minhas aventuras, de trás pra frente, e o cigarro, rss.

Veni, vidi, vinci.

Há muitos esforços para que eu passe bem por esse período nublado que se instalou em minha vida. Ontem foi bom, muita conversa. As gentes com quem eu ando são gentes que não se abatem com as minhas nuances entre o cinza e o negro. Mas há pessoas que, além disso, vêem em mim uma oportunidade de se mostrar úteis, carinhosas, compreensivas e solícitas. E começo a me acostumar com a idéia, considerando o novo, a descoberta.

Aí fico muito feliz...

sexta-feira, 3 de março de 2006

Ex-citações

As sombras repousaram, mas por hora. O próximo passo pode ser o da armadilha, o sentinela pode estar observando e você não vai se sentir mais capaz de atravessar o campo inimigo.
Diga-me qual seu problema, Charles? É o tic-tac do relógio que lhe pertuba as noites? O gotejar na pia do banheiro? Ou é pertubador, mais do que qualquer outra coisa, o chiado que ela faz quando respira?

E quando é que vou largar meu vício de escrever?

quinta-feira, 2 de março de 2006

Minúscula soma!

Ontem: Luau na Ponta Negra, regado de muita, mas muita conversa e mistérios.
"...fui aos poucos me despregando,
relaxando as mãos, fugindo dali.
Eu não me via sozinho, mas,
por anos,
eu não pude contar com vocês,
então aprendi a sobreviver!
Mas, diabos,
eu cuidava de vocês,
mas quem cuidava de mim?..."
Hoje: Marasmo e cansaço. Cansaço e fome. Fome e saudade.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006


Ouvindo: O Fortuna - Carmina Burana Lendo: Os blogs dos amigos Escrevendo: anotações sobre compulsão, sobre paixão.

Decerto muita coisa que acontece nesse mundo está relacionado com as relações sociais. As trocas, as idéias já não são discutidas visando um bem comum. Mata-se para viver, vive-se para matar. Competimos com todos, sempre sofrendo pressão de idéias partidas do pressuposto de que o mais fraco será extinto, a lei do mais forte. Aí nos dopamos com elixires da juventude, com drogas que nos trazem prazeres momentâneos, com visões e idéias vendidas pelas mesmas modernas pessoas que nos viciam.

Agora temos uma pré-guerra civil no Iraque. Como se não bastasse a carnificina que nos acostumamos a ver, partida dos países colonialistas como os EUA, agora vemos a carnificina partida dos diferentes sectos religiosos daquele país. É lamentável.

É muito mais complexo do que eu possa imaginar. Por isso meus comentários serão comedidos.

Mas vejam: uma guerra civil é um ÓTIMA oportunidade dos países colonialistas de infiltrarem mais ainda suas raízes naquele país. Todos saem perdendo, e ainda perdem a autonomia política. É uma ÓTIMA oportunidade pois dará aos colonialistas o discurso oportunista de que há uma inabilidade daquele povo com o trato com a paz. Oportunidade de dizer que a culpa é de Allah, que é o Deus que não quer lhes compreender, que não quer compreender a importância de suas "missões de paz". Oportunidade de sorriso largo para os exportadores de armas, do mercado negro que trafica a morte, e dos fabricantes também. E oportunidade também para países pretensiosamente moralistas, os falsos moralistas e os moralistas de aparecerem na mídia como ajudantes, socorristas, prestadores de favores, como feudos. E a imprensa manipulável, fonte duvidosa e silenciada.

É morbido assistirmos a uma guerra entre irmãos. Não nego um certo prazer de saber que os homens-bomba se fazem ouvidos. Uma explosão que diz assim: eu sou corajoso suficiente pra morrer pelo meu Deus! Mas, além dessa fala, veladamente após a explosão, ouve-se outra fala que diz assim: Esse é SOMENTE um recado de nós, líderes religiosos extremistas, de que se vocês não adoram nosso Deus, morrerão como esse homem-bomba!

Imagino que o ocidente é surdo, não como um todo, pois há a questão do insurgente Chávez no poder, a questão da Colômbia e as Farc, o Haiti, para não citar as centenas de guerras de vizinhos que vemos na Europa por séculos. Aliás, talvez não surdo, mas ensurdecido pelo primeiro grito da explosão OU pelo segundo grito.

Há uma despreocupação humanitária. Antes de qualquer escolha pessoal, aquele homem é um ser humano. E conheço cachorros muito mais bem tratados que os infelizes. Não nos reservamos sequer um tempo para pensarmos nas idéias pregadas por eles. Aí alguém me diz: e por causa de quê eu vou ouvi-los? E digo que há sim palavra nas causas desesperadas e mal interpretadas, nas duas pontas, dos homens daquele país. Com certeza não é uma guerra "restauradora da paz", mas ainda assim o que os colonialistas oferecem é o mesmo, a guerra pela guerra. O continuísmo do velho. Por isso penso que seria mesmo melhor destruir, durante essa guerras, todos os templos e museus de ofertas antiquíssimas; enterramos o passado, para vivermos o futuro mais intensamente. Ou seja, vivermos mais intensamente as guerras diárias, seguindo as leis deturpadas, mantendo a insanidade de imagens como a que está no topo deste post.

Seria melhor imaginar que o futuro não nos reserva coisas piores...