sábado, 31 de janeiro de 2009

A Ópera Distante

O teu sorriso é meu. A minha imaginação é um mundo inteiro de imagens. E mesmo assim eu me perco todo dia inventando uma forma nova de te alterar, de te deixar tão próxima e ao mesmo tempo mais perto. Nossos amigos não nos encaram mais quando estamos juntos. Eles desconfiam da gente sempre que fazemos planos. Eles não querem mais a gente.

Eu não desejo mais o seu bom humor, mas me divirto com sua ira. Daí eu penso coisas sobre você, que aprendi somente por te contrariar: você sempre atende o telefone quando está com raiva, ainda mais se o número no BINA for o meu. Você está sempre lendo algum livro, mesmo que não esteja. A sua mãe te liga durante a madrugada, e você sempre chora durante a conversa. Seu pai sempre te liga antes do almoço, e você sempre desliga alegando estar com muita fome.

Algumas coisas de você eu não conheço. Ainda não está dentro de mim. E eu gostaria de saber se você faz idéia de que eu estou constantemente te sondando. E se eu estou mesmo em você...
Cheers!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Maledicencia

À distância ela me parecia uma lembrança, uma boneca de porcelana, tão usualmente fabricada, branca. Os dias e anos iam passando por ela e só deixavam a impressão que ela era criança. Eu não a alcanço na prateleira de meus sonhos. Eu ganho...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Incorreto

O meu novo romantismo inclui flores e essências caras, uma música neo clássica ao fundo, e também uma boa garrafa de vinho. Algumas palavras ludibriantes e uma quase ênfase nas palavras mais adocicadas. Um pequeno luxo o lounge, pouca luz, e a inebriante dose de conhaque que você me ofereceu, tudo isso permitiu aos sentidos uma maior entrega, uma conquista. Movimentos lentos, um abraço, um beijo no seu pescoço, a certeza de que as mãos estavam tão sugestivas.

Naquela noite eu não havia pensado em ti como uma esposa, mas simplesmente como uma mulher. A diva da noite obstinada em me realizar. E eu, teu homem, era o esposo perfeito numa obra prima que via espelhado em teus olhos. Perante ti a alma se aquietou. Meu corpo é que se danou, uma noite inteira. A garrafa de vinho em pouco tempo fazia parte de nos, e uma sensação de que éramos uma completude desde nosso início.

Tudo começou porque você ainda me ama. E eu ainda a desprezo. Tudo começou porque eu não consigo impedir que você entre na minha alma e seque todo meu vigor. Suas palavras me agridem, e as minhas te enganam enquanto isso. A gente havia prometido não se permitir fazer promessas, se não quebrássemos a única que nos unia. A única que nos fazia tolerar sentir tanto um pelo outro, e não se permitir. Eu começo a achar tudo complicado.

Tudo começou com uma briga banal. A gente disse muita coisa. Como sempre, as coisas sairam do sentido quando começaram a fazer novo sentido. Você entende? A gente descobriu um mundo novo e brincamos de sermos somente o que nos permitíssemos ser. Só por uma noite. Mesmo após a briga.

Mesmo após a briga.
Cheers!