Te fecundei. Sinto que estás fecunda, boa fé nas coisas, sorriso largo, pele bonita. Ontem ainda deixei teu leito por causa das coisas que eu não largo. Deixei teu leito com a sujeira do meu pulmão, e o doce de minhas palavras. Senti, naquele momento, que estavas fecunda de mim. E eu acredito em você.
Mas você não acredita em mim. Você acha que não há vida mais seca que a sua. Acredita que os homens não tem propósitos, e que eu também não. Você está viciada na idéia da suprema desordem do meu mundinho, e eu acho graça disso. Afinal já fomos bons companheiros, agora é só sexo casual...
Daí fui ao puteiro. Eu e um amigo. Sentia-me um sósia de mim mesmo, irreconhecível. Ali mas tão longe. Tão longe, numa distância que já cansei de tentar encurtar. Meus olhos estavam ali, a mente não, mas quem se importa? Eu estava a salvo no meu reduto, naquele templo. Eu estava seguro junto às putas, ao bar, como nos velhos tempos.
Cheers!