segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Cem Limites

Te fecundei. Sinto que estás fecunda, boa fé nas coisas, sorriso largo, pele bonita. Ontem ainda deixei teu leito por causa das coisas que eu não largo. Deixei teu leito com a sujeira do meu pulmão, e o doce de minhas palavras. Senti, naquele momento, que estavas fecunda de mim. E eu acredito em você.

Mas você não acredita em mim. Você acha que não há vida mais seca que a sua. Acredita que os homens não tem propósitos, e que eu também não. Você está viciada na idéia da suprema desordem do meu mundinho, e eu acho graça disso. Afinal já fomos bons companheiros, agora é só sexo casual...

Daí fui ao puteiro. Eu e um amigo. Sentia-me um sósia de mim mesmo, irreconhecível. Ali mas tão longe. Tão longe, numa distância que já cansei de tentar encurtar. Meus olhos estavam ali, a mente não, mas quem se importa? Eu estava a salvo no meu reduto, naquele templo. Eu estava seguro junto às putas, ao bar, como nos velhos tempos.
Cheers!