quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

del c:\você.txt

No momento que a criei, ela veio com força tão grande, e uma intensidade tamanha, que geri pleno de minhas forças a bela aparência que esse mundo permitiu existir. Indomável, ela saiu do papel. Das linhas e traços de minha escrita ela se soltou, arredia. Fugiu, o quanto antes, e para o mais longe possível. E eu não me importei. Só queria deixá-la sair. Dentro de mim os ecos ensurdecem. As vozes são variadas. Dentro de mim não há espelhos, e ela precisava saber como ela era.

Agora ela não me pertence. Sequer a tive algum dia. Eu a produzi num leito febril e catártico, numa sempreescolha repetitiva, a vadia. A folha, a tinta, a mão. O bolo, a vela e o cinzeiro. Imagens, palavras e pensamento. Ela é feita de muitas coisas. Agora ela vive. Elaviva me alegra. Elaalegre para sempre. Durante a noite, durante o dia. Elaalegre e elaviva. Ela, que era e nunca foi minha. A menininha. No Sol, a fruta e o cansaço. O calor e mormaço. A vírgula.

Temo não ter o que havia de ser, e possuir aquilo que jamais foi. Temo ser grande a minha infâmia. Desconstruir o projeto ainda no útero, e fazer dormir aquela que ainda desperta. Sinto último o sono. Sinto um vazio de tudo. Pois ela saiu. E me tomou o mundo.
Cheers!

2 comentários:

Pedro Valls disse...

Bom post yabukishin

Cheers!

Anônimo disse...

O QUE TEMOS SEGURANDO EM NOSSAS MÃOS PODE SER DE VERDADE OU NÃO?
PODE INFLAMAR OU NÃO?
PODE ME FAZER SORRIR OU NÃO?
POSSO TE ACOMPANHAR OU NÃO?
O QUE ESTAMOS SEGURANDO PODE SER DE VERDADE,OU NÃO?