sábado, 12 de julho de 2008

Satanizando o amor

Quando o vazio preencheu o vácuo, dentro de mim tive a certeza da hora. Era aquela de ir embora, e tentar preservar o mínimo de dignidade. Os lenços estavam todos úmidos, os olhos mareados e os semblantes felizes. Eu te amava, te imaginava. Nunca gostei dos românticos, mas eu era um por eras que se foram.

A porta veio em minha direção, e as horas se aproximavam cada vez mais. E como se a gente se deixasse ir, promíscuos, não notávamos que estávamos tão perto. À queima roupa foi aquele beijo. Nem me lembro mais de quem partiu. Já faz tantos anos...

O beijo ecoou pelas eras, sobreviveu aos meus devaneios, suportou os meus humores. O beijo se tornou uma marca, uma forma de mudança, as minhas memórias mais singelas. Nada mudou entre a gente, e ainda nos tornamos mais íntimos, somos amigos pela vida inteira. Um beijo que é a melhor hora, aquela de ir embora, onde os olhos mareados não conseguem esconder o que a alma quer dizer...

adeus!
Cheers!

2 comentários:

Anônimo disse...

é um adeus amargo, amor...

quando é que você vai se livrar dessas doenças?

"simplesmente morrer" não é?

seu fraco!

Flora Valls disse...

nostalgia.