quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Rir do ridículo II

O Capítulo Dois vem após o final do Três.

CAPÍTULO DOIS
O casal briga. Ela quer comer as comidas finas que ela mandou a empregada fazer, já ele quer somente a cream cracker que está no pote. Ela grita e ele gesticula mais que ela. A empregada concorda com a patroa. Óbvio, ela não quer perder o emprego por omissão, isso daria uma justa causa. Ele convence a empregada que ele está certo. A empregada concorda com ele. Óbvio, ela não deseja ser injusta.

Ela vai para o quarto. Ele ataca o pote. A TV conta uma história daquelas que só acontecem na Palestina. Ele se interessa, vai ver. Ela volta do quarto, tem um livro nas mãos. Joga o livro no colo dele, que pula de susto. Ela manda ele abrir o livro. Não é um livro, é um álbum. Não é um álbum, são velharias, pensa ele. Ela grita mais. Ele respira fundo a cada foto. A empregada sai para fazer uma compra. Ele desliga a TV. Ela escorrega para o lado dele. Ele se afasta. Ela chega mais perto. O pote cai no chão. Ele levanta e sai de perto. Ela mente. Ele acredita. Ela sorri. Ele mente.

Ele folheia o álbum, fica triste. Ela junta o pote do chão. Ele roça os dedos dos pés no tapete. Ela levanta e aponta pra uma foto. Um rapaz de óculos, uma moça muito branca e um magrelo. Ele balança a cabeça, negativamente. Ela fala a verdade. Ele mente. Ela conta outra verdade, ele nega. Ela se cala, ele mente. Ambos estão emocionados. Lentamente a mão dele busca a dela. Ele não tem o coração de pedra, pensa ela. Aliás, provavelmente pensou. Ele fecha o álbum. Ela amarra sua mão na dele. Ele olha. Ela mente, ele também. Ele vai até o pote. Ela até o quarto.

A empregada chega. Pergunta se já está tudo bem. Ele fala a verdade. Ela mente. A empregada suspira. Deseja ter a mesma sorte dele. Ele fala mais uma verdade, dessa vez cruel. Ela agita a cabeça, afirmativamente. A empregada faz uma cara de quem mudou de idéia. Deixa as compras no balcão, serve um copo d'água e bebe. Ela entra no quarto, batendo a porta com força. Ele vai até a empregada e a apalpa. Ela corresponde. Ele sorri. A empregada também. Ele combina o horário de saída dela. Ela confirma. Ele vem busca-la para o curso de informática. Ele pisca pra empregada, mas ela se vira. Ele vai até o quarto, para se explicar. Ela deixa. Ele mente. Ela acredita. Ele fala algumas verdades, entremeadas de mentiras. Estratégia. Ela chora. Ele chora.

O casal transa.
Cheers!
(qualquer semelhança com a realidade é mera expectativa de sua mente)

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso me lembra casamento...
:)
ele mente,ela mente e ambos mentem!
uma hora se atracam e se amam
se odeiam e se matam.
rsrsrssrsrsrsrrssrsrsrss

Pedro Valls disse...

tu escreve muito bem luciano, tu tem q lançar um livro rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

Pedro Valls disse...

o livro deveria se chamar o livro odioso rsrsrsrsrsrs