quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Melhor dizer que sim

"Do alto dava para ver o pequeno jardim de ideias, numa profusão de palavras e poucas coisas. Do outro lado, voltando-se para o lado sul, havia um pântano de sentimentos. Eu havia ficado admirado com a impressionante beleza do jardim, mas meu interesse pelo pântano de sua mente era maior. Desci a escada sem cuidado algum. Não importava se eu ia cair, nenhuma queda me mataria."

Com essas palavras eu comecei a te deixar louca. Com elas eu comecei a criar o labirinto que você ousou entrar, tentando me buscar. Quanto engano. Eu não queria ser encontrado, e por isso eu deixava cada vez mais rastros, falsos caminhos, luzes lúgubres e sons inarmônicos. Você se perdia, e se desesperava, implorava para sair. Mas já era tarde. O meu pântano é mais assustador que o seu. Não adiantaria gritar por mim, eu gritava no mesmo tom, e não nos ouvíamos...

A um passo da completa insensatez, você retirou de mim a mais horrenda cria de mim, uma flor, minha poesia, agora marcada, fadada ao fim. Eu te dava os meus versos e te acalentava. Seguias o teu caminho dentro de mim, o pântano, com mais esperança e mais firmeza no passo. Beirando a loucura eu não havia notado a tamanha estupidez de meu ato: ajudava justamente a minha caçadora! Enquanto isso, teu pântano e teu jardim eram cada vez mais amistosos comigo. Eu havia me tornado um só dentro do teu ser.

Pena que você não perceba que, mesmo perdida dentro de mim, o pântano, eras parte de mim. Se você saísse, todas as armadilhas e caminhos, árvores e espinhos iriam deixar de existir. Nunca alcançarias o meu jardim, enquanto eu não te mostrasse, bússola, o norte de onde estavas. Eu gostava da ideia, jardim, de que você está em mim. E eu estou em você, pântano.
Cheers!

Um comentário:

Piterzin^^ disse...

olha cara, achei também esse post meio +/-.