quarta-feira, 6 de maio de 2009

E fala a princesa..

Você me fez uma pergunta, e te pedi tempo para pensar na resposta. Você sabe que não era pela resposta, mas pela importância da pergunta. A pergunta: quando foi que eu comecei a te amar. Uma boa pergunta.

Comecei a te amar quando vi que eu voltava para casa repetindo versos. Comecei a te amar quando eu pensava nas besteiras que você dizia o tempo todo e sorria, sozinha. Comecei a te amar quando vi que você sempre me ouvia, mesmo não gostando do que eu falava. Você era o único que permanecia ali. Comecei a te amar quando não conseguia mais ficar um único dia sem ouvir tua voz, e passar o desespero de sobreviver às tuas brincadeiras. Aqueles momentos em que eu me permitia "descer do salto" e correr descalça na rua atrás de uma bola. Eu comecei a te amar quando você, dentre tantas outras coisas, pois você está sempre fazendo mais de duas coisas ao mesmo tempo, me trouxe flores roubadas da casa de alguém que não gostou nada e te perseguiu. Eu comecei a te amar quando vi que você tem sempre frescos na memória os
momentos mais felizes, e ri dos mais tristes.

Na verdade houveram muitos momentos que me fizeram começar a te amar. Eu percebia que você estava lentamente me guiando, sempre sorrindo, pra um caminho tão distante daquele que eu tinha na minha rotina. Se dizes que você me corrompeu, foi por isso. Era pra eu ser uma pessoa centrada nos meus objetivos, cheias de neuras, com pouco tempo pros amigos, uma workaholic, uma mulher sem filhos, ou até uma dessas abomináveis "patricinhas". Era pra eu ser uma incorrigível vítima do que consumo, uma pálida mulher adornada com "desnecessariedades". Era pra eu ser a melhor da minha turma, era pra eu ser a mais assídua, a mais arrumada, a mais soberba, a mais insone, a mais obediente. Era pra eu ter sido tanta coisa.

E se você quer saber, comecei a te amar quando enxerguei a pessoa que você é, não somente a pessoa que você interpreta ser. Sempre com suas bravatas, um verdadeiro bardo, há quem se enganem com suas palavras. E tão logo percebi que você é mais que suas próprias histórias, eu te amei, e me entreguei a você. Sentia que você descobria o mundo comigo. Sentia que você correspondia, mas cheio de dúvidas, essas que te transformam num outro homem. E te amei quando você se tornou a pessoa generosa comigo que sempre foi. Seu reclamão!

Luciano, a vida permitiu que você se "esgueirasse" para perto de mim. Desci do alto do meu castelo para ouvir tuas músicas, ó bardo. A vida permitiu que eu aprendesse contigo o sentido de sentir no meu coração as vibrações da própria vida. Aprendi contigo a sentir inexplicáveis coisas, a falar do que sinto, a ouvir os meus próprios apelos. Tudo isso, tudo, me fez perceber que eu te amo. Coisas que eu aprendi com você me fizeram te amar. A mudança que fizemos juntos, isso tudo me fez perceber o quanto eu te amo. Nunca duvide disso.

J.A.W.A.

Um comentário:

Yabukishin disse...

Você começou a me amar quando eu me calei. Na minha ausência você pensava em mim? sei sei...

Obrigado por você existir...