segunda-feira, 6 de abril de 2009

O baú de coisas novas

Lembranças no imaginário que me deixaram saudoso de tempos em que a maior novidade era a doçura dos lábios da menina. Eram os encontros às escondidas durante os festivais, a psicodélica luz que irradiava alegria nos palcos, a música. Lembranças que semeiam, até hoje, uma reação em mim. Uma reação de garotinho descobrindo um brinquedo novo e interessante. Uma reação de expectativa quanto ao futuro.

As fotos me fizeram voar. Tão mal guardadas fotos, arquivos antigos, malssucedidas impressões de outrora fortes amizades, hoje somente umas poucas folhas com tinta. Fotos de meninos cheios de más intenções e meninas cheias de pudores. Eu sou de eras antigas mesmo! Eu sou o da direita, na foto com outras seis pessoas, segurando uma das pontas de uma faixa com os dizeres: Time do Japão. Na outra ponta uma menina, uma pequena interpretação dos meus melhores sonhos, franzina e branca feito vela, segurava a outra ponta da faixa. Éramos os "pais" de todos os outros.

Nesses tempos, minha alma dói em lembrar, eu perseguia outros sonhos. Eu era tão verdadeiro com o que eu queria, e nem tinha tantos objetivos. Nem queria ser feliz, queria ser eu mesmo. Mas eu tinha vergonha.

Descreverei, bem breve, um diálogo feito no dia em que tiramos tantas e tantas fotos.

-
Por que uma pessoa como ele pediria ajuda a mim? - pergunto eu.
- Por que uma pessoa como você negaria ajuda a uma pessoa como ele? - respondeu.

E assim eu aprendi a sentir compaixão das pessoas.
Cheers!

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