Confúcio viajava com seus discípulos quando soube que, numa aldeia, vivia um menino muito inteligente. Confúcio foi até lá conversar com ele e, brincando, perguntou:
— Que tal se você me ajudasse a acabar com as desigualdades?
— Por que acabar com as desigualdades? — disse o menino. — Se achatarmos as montanhas, os pássaros não terão mais abrigo. Se acabarmos com a profundidade dos rios e dos mares, todos os peixes morrerão. Se o chefe da aldeia tiver a mesma autoridade que o louco, ninguém se entenderá direito. O mundo é muito vasto, deixe-o com suas diferenças.
Os discípulos saíram dali impressionados com a sabedoria do menino. Quando já se encaminhavam para outra cidade, um deles comentou que todas as crianças deveriam ser assim.
— Conheci muitas crianças que, em vez de estar brincando e fazendo coisas de sua idade, procuravam entender o mundo — disse Confúcio. —E nenhuma destas crianças precoces conseguiu fazer algo importante mais tarde, porque jamais experimentaram a inocência e a sadia irresponsabilidade da infância.
Retirado da Coleção Contos do Alquimista, reunidos por Paulo Coelho, livro 2, "O Mosteiro Pode Acabar".
Cheers!
2 comentários:
crianças ingênuas rere
eu fiz um trabalho sobre Confúcio na aula de filosofia, no primeiro ano. ele parece ser um velhinho bem simpático e gordinho *-* eu gosto daquela história do equilíbrio entre as 'cinco partes' e tals.
não leia Paulo Coelho, Lu!
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