terça-feira, 27 de maio de 2008

Roundabout

A dez anos atrás:
A grande novidade era saber que eu estava me tornando um homem responsável. Procurava dar um sentido mais sublime às coisas que eu realizava. Realmente eu estava me tornando um pouco mais sábio, depois da morte do Paulo, e mediante inúmeras reflexões diárias eu libertava minha mente da adolescência meteórica que eu tive. Eu era mais intenso com os meus sentimentos. Acreditava que amar ainda era possível segundo meus princípios...

Hoje:
Princípios? Não há muito o que pensar de mim. Eu só me tornei tão burocrático com os caminhos do coração por que não vi tanto sentido nas coisas que eu realizava. Eu estou cercado de um mundo que tirava minhas forças com atitudes plenas de sarcasmo, crueldade e intolerância. Realmente eu me tornei uma pessoa amarga e pessimista, e a sabedoria acumulada é vítima de piada entre os meus. Reflexões diárias? Não, elas me fazem chorar! Cultivar sentimentos em terreno tão inóspito é uma loucura inadmissível. Eu me sentia exposto sempre, como se tivesse as vísceras expostas, e corria o risco de morrer...

Amanhã:
Sim, quem sabe o amanhã. Eu não daria nada pelo meu futuro se mesmo as minhas atitudes fossem consertadas. No futuro as pessoas não vão querer a verdade, elas só quererão a esperança. E isso me parece tão triste! É só você conseguir apurar a capacidade cognitiva das pessoas que você não precisará contá-las as verdades do mundo; bastará a elas um pouco de esperança, e, para os mais afortunados, um pouco de aventura. Eu vejo pro meu futuro um caminho tão longe da verdade... é que o futuro trabalha na esperança da mente da gente.

Load your guns!

Um comentário:

Flora Valls disse...

eu SEMPRE quererei a verdade, oks?

;)