sexta-feira, 18 de abril de 2008

A caixinha de fósforos

Diretamente da casa da diretoria, com um drink à mão, e uma boa massagem nos ombros...

Eu já falei que eu não sou somente um. Eu sou vários. E cada um de mim tem a autonomia de um só, e todos são ainda mais, somos vários. Por mais que eu tente igualar um de mim a outro de mim, não há a menor possibilidade de entendimento, e assim desprende-se a consciência particular de cada um que eu sou. Não dá pra me resumir a somente um, quando o que urge dentro de mim são vozes, e os ecos dessas vozes...

Dia desses eu assisti ao filme
Melhor Impossível, com o Jack Nicholson e a Helen Hunt, ambos ganhadores do Oscar de, respectivamente, Melhor Ator e Melhor Atriz por esse filme. Era um filme que mexia comigo, pela crítica, e pelo fato do Jack fazer parte dele. Os amigos que já haviam assistido gostaram, e eu sempre tardo pra ver bons filmes...

Bom, o que me deixou mais pasmo foi uma coisa, pra mim, muito bizarra.
Melvin Udall, o personagem de mister Jack, é um personagem perfeito! O filme todo eu me identifiquei com ele, em diversos momentos. Ele é, impressionantemente, a minha pessoa. O humor dele é algo próximo demais do que eu estou me tornando esses tempos... e a cena do jantar com a garçonete, é a essência dos rumos de mim e meu coração. Aquele filme, definitivamente, me resume em algumas cenas...

Não conseguimos dormir, eu e meus outros, eu e meus eus... pensamos a noite toda em
Melvin Udall e sua verossemelhança com o que há de perfectível no universo, no quanto ele era assutador porque mostrava em filme uma parte irrevelável de mim... e pensamos também em como haveria de ter um final pós-filme, se EU fosse o personagem...

Eu sou muitas pessoas, e adquiro centenas de novas faces conforme vou me vendo no espelho. Ver-se num filme é dar pra todos de mim uma visão de que há algo em comum em todos nós. E essa idéia conforta um pouco, porque o pandemônio interno é indescritível, e qualquer coisa que se diga pra um não diz respeito ao outro. Temos sempre que dizer novamente, para que todos de mim consigam compreender por si só. E
Melhor Impossível se tornou uma língua comum a todos...

Cheers!

Um comentário:

Flora Valls disse...

não assisti a esse filme. saco, vou dizer pro pai locar.

;)