quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sol em Virgem

Caminhava como se estivesse num caminho florido, e só o vento assobiava ao seu ouvido, e nem outra preocupação lhe ocorria, sorrindo para até o final do dia. Parecia estar num leve transe, como algo que está prestes a despertar. Tão curto o tempo se tornava ao seu redor, cada segundo sentido dentro de si mesmo passando. Um turbilhão de sentimentos o perseguia, só um o animava. A felicidade. A solidão de sua alma.

A solidão de suas palavras, cada uma numa imaginação nova e jovial. O novo antigo poeta dizia palavras ao ar, considerando idéias que jamais havia nascido de sua vontade. Deixava de sentir os mais antigos sentimentos, coisas aprendidas na sua infância...

E ele não estava assim tão só.
Cheers!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O baú de coisas novas

Lembranças no imaginário que me deixaram saudoso de tempos em que a maior novidade era a doçura dos lábios da menina. Eram os encontros às escondidas durante os festivais, a psicodélica luz que irradiava alegria nos palcos, a música. Lembranças que semeiam, até hoje, uma reação em mim. Uma reação de garotinho descobrindo um brinquedo novo e interessante. Uma reação de expectativa quanto ao futuro.

As fotos me fizeram voar. Tão mal guardadas fotos, arquivos antigos, malssucedidas impressões de outrora fortes amizades, hoje somente umas poucas folhas com tinta. Fotos de meninos cheios de más intenções e meninas cheias de pudores. Eu sou de eras antigas mesmo! Eu sou o da direita, na foto com outras seis pessoas, segurando uma das pontas de uma faixa com os dizeres: Time do Japão. Na outra ponta uma menina, uma pequena interpretação dos meus melhores sonhos, franzina e branca feito vela, segurava a outra ponta da faixa. Éramos os "pais" de todos os outros.

Nesses tempos, minha alma dói em lembrar, eu perseguia outros sonhos. Eu era tão verdadeiro com o que eu queria, e nem tinha tantos objetivos. Nem queria ser feliz, queria ser eu mesmo. Mas eu tinha vergonha.

Descreverei, bem breve, um diálogo feito no dia em que tiramos tantas e tantas fotos.

-
Por que uma pessoa como ele pediria ajuda a mim? - pergunto eu.
- Por que uma pessoa como você negaria ajuda a uma pessoa como ele? - respondeu.

E assim eu aprendi a sentir compaixão das pessoas.
Cheers!