terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Reverse Psychedelic Anesthesia VII

Ao redor da fogueira, o frio.

Sete séculos se passaram e a floresta está adormecida. Estranhos bichos negros agora espreitam, e nenhuma música é ouvida desde quando os senhores da floresta adormeceram, traídos pelo regozijo de muitas eras de Luz e Alegria. Seus espíritos simplesmente exasperaram, e os ares se tornaram carregados de suas essencias, e então seus corpos ficaram solitários, e foram tragados pelas raízes das árvores e fungos. E eu não ouso caminhar num cenário desses. Senti saudade dos animais oradores das melhores histórias Deste Lado do Mundo. Senti saudade dos seres luminosos que, dentre muitos poderes, mitigavam as dores dos imigrantes das montanhas.

Desconheço esse frio cortante. Sinto medo, dezenas de olhos oblíquos, pequenas chamas acinzentadas, me observando. Procuro pelo círculo da fogueira, não está lá. Procuro pelos lampiões, e não estão mais lá. É revoltante sentir esse medo, e decido fazer algo, restabelecer as energias. Busco em minha mente alguma das canções transcendentais. Então eu canto, e ao fazer isso toda a Floresta treme, e um calor súbito arde em meus pés. Em um segundo um grande Urso surge, e ele está frio, e sujo, e magro.

O livro todo treme. Começa a chover.

Cheers!

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