sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Caminho Para Agreio

Indo pela direita, sempre adiante, os rumos foram determinados por uma extensa discussão sobre quantos dias duraria o estoque de comida. A viagem já durava quinze dia a mais do previsto, e nosso guia já demonstrava certo enfado quando perguntado: quando chegamos?

Algumas crianças, sempre elas, em nossos pensamentos estavam felizes. Como se nós não nos retirássemos, elas só brincavam por todo caminho. Eram a preocupação de nós, os pais. Embora elas merecessem, sempre que parávamos, o descanso que dávamos aos cavalos. E como que certa vez elas mesmas pediram para brincarem numa cachoeira próxima, percebemos também que o nosso ânimo estava se extinguindo.

Eles crescem, vão se aparentando conosco, e talvez com nossos pais. Uns mais, outros menos. Os meninos vão descobrindo a força, as meninas, a ternura. E isso me faz pensar que nem é assim tão difícil a arte de criá-los. Eles aparentam estar sempre bem em seus rostos, como nós aparentávamos quando da tenra idade que agora eles possuem. Isso me alegra, agora na minha ousada maturidade.

Roubamos frutas para alimenta-los. E eu não sei mais se isso pode ser dado como roubo. A viagem cansa, e a comida é pouca. Pensem, o que fariam se vocês vissem seus filhos famintos com tanto chão por andar? Vocês não roubariam?
Cheers!

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