segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Sexto Sentido

Um dia eu descobri que havia um mundo além daquilo que estamos habituados a ver. Um mundo de coisas, dum conhecimento tão grande e lindo. Daí é que eu tirei inspiração para criar o cenário de Solari, de um mundo que nos não enxergamos, mas que sempre esteve ali. As pessoas não se importam com aquilo que elas não conhecem.

Paulo, um dia, mas sobretudo dentro de mim, foi um guia nesse mundo que eu havia descoberto sozinho. Eu estava com medo, entendia tão pouco de minhas forças. Ele dosou tão bem as palavras. Me mostrou como era entrar nesse mundo, obedecer as suas regras e criar empatia com seus personagens. Naquela época eu amava o teatro. Então eu aprendi, naquelas palavras, o significado de estar aberto ao mundo mais do que querer o mundo aberto a você.

Mara, um dia, mas sobretudo dentro de mim, foi uma bruxa que me inspirou a olhar pela fechadura. A realidade é uma sala, existem várias portas de saída, algumas mais dignas que as outras, outras mais ocultas que todas as demais. Mas sempre que você olha para a fechadura, percebe que estamos onde estamos muitas vezes porque não sabemos o que há atrás das outras portas. Então eu aprendi, naquelas lições, que nos também somos salas cheias de portas, e que atrás de cada porta há uma pessoa. Estamos conectados por portas.

Renata, hoje em dia, mas sobretudo por comunhão de sentidos, é uma amiga que aceitou tudo que eu vi e vejo, tudo que eu possuo e o que eu não tenho. Compartilhar a visão de um mundo é tarefa difícil, mas ela não precisa muito de palavras. Compreende que estamos além de uma breve interpretação dos sentidos da carne, e isso me deixa tão feliz. Eu percebi, e me alegrei, que o medo me deixou, eu confio nela, e ela em mim. O mundo fala conosco, e percebo que eu já a faço falar com o mundo. Então eu aprendi, por meio do ato de ensina-la, que meus dons nunca são só meus, eles pertencem a todos. Assim eu me conecto, eu abro as portas.

Ontem, numa mesa de bar, ao ar livre, eu ouvi uma pessoa falar de um dom. Um dom que nos liga a esse mundo a que me refiro. Um dom que sei, todos temos. Mas ali, naquele momento, pela simples menção, minha mente se voltou às lembranças dessas pessoas que descrevi acima. E assim eu lembrei de tudo que eu aprendi, e como foi bom.

Conheci a Patricia. Era ela quem disse ter esse dom. Minha prima Glenda, em seguida, afirmou ter também, um maior. Bobagem, os dons não são mensuráveis. Mas era Patricia quem me interessou, logo por tudo o que ela disse de si. Logo por todas as palavras inaudíveis com os ouvidos, mas perfeitamente audíveis com o coração. Há algo mágico nela. Agora eu posso dizer. Meu sexto sentido me diz coisas. Coisas que não me dizia a anos.

Esse final de semana foi ótimo.
Cheers!

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