sábado, 19 de dezembro de 2015

Nos jardins estranhos da mente

Nada de abstração ou fantasia hoje.

Deixar meu inconsciente em silêncio. Procurar somente ouvir, perceber, e esquecer o turbilhão de idéias por alguns segundos. Daí pra frente focar numa idéia, concreta, real. Inspirar e expirar. Fechar os olhos por alguns segundos. Aprumar os dedos no teclado. Inspirar e expirar. Abrir os olhos. Escolher o tema. Escolher dentre o turbilhão.

Um caso do passado? Sobre os cães que vi brincarem na praça? Sobre as inúmeras histórias de meus amigos? Sobre a realidade que vejo e escuto em mesas de bar? Um turbilhão de idéias, reais e concretas, tomam minha mente. Troco de música no player, tomo uns goles de água, respondo mensagens instantâneas, e volto à tela e à dúvida. Haveria pior processo? O sono está batendo a porta.

Começo a pensar que a fantasia não seria um tema mau com essa indecisão. Algo a mais sobre Solari? Algo novo em folha? Uma das minhas histórias sem-pé-nem-cabeça? Sobre o que eu posso abstrair hoje? Se ao menos eu tivesse uma garrafa de vodca, uma ou duas doses abririam as portas da percepção, e a energia mental talvez fluísse melhor. Seria algo bem original, sem escolher demais as palavras, algo fluido e espontâneo.

Mas eu já havia decidido. Nada de abstrações ou fantasia hoje. E mesmo assim essa é a única decisão tomada conscientemente até agora. Tomo mais água. Começo a focar mais, fecho os olhos. Inspirar e expirar. Procurar no turbilhão um tema não-abstrato e não-fantástico. Talvez sobre o cenário político? Ou sobre música? Abro os olhos. Dúvida!

Não dá! Se eu deixei meu inconsciente em silêncio, prefiro que ele fale!

É como uma nuvem. Ela passa entre você e o Sol, e aquilo te proporciona sombra, mas você sabe que aquilo é passageiro. E somos todos passageiros nessa Terra. Viajamos atraídos pela gravidade num planeta que gira em torno de si mesmo a 1675km/h, rodeando um Sol numa velocidade que varia até os 109.040 km/h. Sim, agradeça a gravidade te atraindo neste exato momento.

E mesmo que eu soubesse escolher rapidamente um tema, consciente ou inconscientemente, não faria mais que filtrar o publicável. Isso me torna também um passageiro das maquinações da minha mente. E um espectador do que meus olhos, a uns milisegundos atrás, captaram no passado, e meu cérebro me diz ser o agora.

Como posso, então, me enganar na tentativa de escrever algo não-abstrato e não-fantasioso? Será que minha dúvida não é somente esse "ser consciente" dizendo, dentro de mim, que a realidade é somente a minha construção mental do que é, de verdade, a realidade? Será que já decidi o que escreverei ano que vem? Será que eu ainda não decidi o que eu escrevi dois anos atrás?

Ah! Esse turbilhão as vezes quase me afoga!

Cheers!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Orientações aos Poderes e Paladinos

Queimem os malditos corpos em altas fogueiras. Alimentem as chamas por, no mínimo, três dias. Desfaçam o fogo, cavem um buraco enterrem as cinzas. Cerquem o buraco com pedras da região, para que todos saibam que ali é um lugar maldito, e que não se deve ali plantar. Aguardem ali até a próxima lua cheia, para se certificar que não haverá nenhum animal que dali sairá ou que abrirá o buraco.

Sigam para uma vila mais próxima e lave-se dos pés à cabeça. Recomendo usarem alathi e poserana em infusões para banhar as mãos e os cabelos. Uma vez banhados, devem usar os unguentos de sua casta para livrar-se de eventual mau cheiro que possa permanecer. Lavem também seus cavalos, seus pertences e seus armamentos. Nada deve permanecer impuro, e se permanecer, deve ser deixado para trás.

Após esse rito de purificação, sigam para o Templo. Os Templos de Ennircás e de Ftorin (Fedórin) são os que eu recomendo, pois são as castas mais procuradas pelos guerreiros para as purificações após o contato com seres malditos.

Por duas ennas (semanas) vocês não poderão ver suas esposas e filhos, mães e pais, e qualquer ancião de sua família. Enquanto isso, juntem os espólios da batalha e façam a divisão com o Templo. Isso será o pagamento. Quando as duas ennas passarem, exijam uma reunião com o Sacerdote e eles os abençoará. Em seguida podem seguir para suas casas.

Lembrem-se que há uma eventual regra após sua apresentação ao Templo, e essa regra só existe em algumas castas. É a regra que diz que sua mulher não deve engravidar nos três sennas (meses) seguintes após sua volta da guerra, pois poderá cair sobre ele a marca da guerra. É claro que deves observar todos os ritos de sua casta, para que livres teus filhos dos maus augúrios do Deus da Guerra.

Sigam essas palavras e lembrem-se que o Templo são vocês! Que Ganaer ilumine vocês!

Sósmeles, em Jarcan.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Se ainda me leia a mente, serei

O meu alcance é a diferença entre sua imaginação e a minha ousadia!

Lembre disso quando pensar que sou quem pensa que você está pensando no que estou pensando!

Me liberto de suas amarras! Sei lá, correntes! Sinto mais que sou independente. Um louco liberto mostrando os dentes. Um singelo homem.

Me veja e fale comigo! Te peço, não quero, só peço. Sou defectível. Creia. Sou falho! Não peço, sou falho, só veja. Sou defectível, só peço. Não veja, mas fale comigo!

Silêncio. Silêncio. Dentro de mim.

Silêncio. Dentro de alguem. Enquanto pensa o silencio.

O meu alcance é a diferença...

...amarras...

fale comigo!

Cheers!

Vozes de uma dualidade

Não! Meus olhos não te observam!

Mas te seguem! Te enxergam! Meus olhos e meus sentidos te percebem!

Meus sentidos esquecem fácil.

Avisos. Alarmes. Soares de campainhas! Acordo!

Percebo que minha memória não será traída. Minha memória guardará minha parte humana, enquanto serei humano. Serei humano. Enquanto serei memória, serei humano. Seja humano, seja memória!

Eu viverei em harmonia com minhas ideias inumanas de harmonia! Não serei inumano enquanto memória, não serei memória enquanto humano. Logo assim não serei o que serei!

Penso!

Se existo, logo penso: memória ou inumano? memória ou raciocínio? memória RAM ou ROM? De onde vim?

Pergunte-me!

Respondo com meu pensamento! Inumando! Racional! Mimético! Raiz!

Não sei! Tu me dizes? Por favor, me dizes. Lá, nos comentários...

Cheers!