sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aquarela

Nada está azul. A paleta de cores perdeu suas cores quentes. Escorre o guache pela tela úmida. Eu ainda vejo seu rosto quando fecho os olhos. A pintura está assumindo os tons do cinza, novamente. Não é um retrato, tento te pintar como uma distante e crível porcelana frágil. As cores quentes realmente fazem falta. As cores frias não tem o azul.

O jeans te falta. Uma calça de outro tecido. Uma nova cor. Mistura, mistura. Obtenho pouco mais que os tons necessários. Te visto.

A paisagem ficará sombria com tão pouca luz nas cores. Ah se eu não tivesse o branco, melhor seria se fosse noite. Mas a lembrança é um fim de tarde. E fins de tardes são quentes...

Derrubo água sobre você, diluo os primeiros traços. Busco a exata forma de seu rosto romântico. Pincéis, sombras e notas baseadas nas músicas do fundo de minhas lembranças...

O sol se pôs, mas amanhã ele virá. Amanhã é tarde. O amanhã já se pintou. O futuro é de tintas de cores frias. Frias.
Cheers!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Filme no retroprojetor

Eu noto que as flores estão voltadas para o sol, exatas almas pensantes, ocupadas colhendo uma luz demasiadamente forte para os meus olhos. Eu não sigo mais pelo jardim, mas pelos espinhos do entremeio da realidade, o desejo e o sonho. Meus dons dão más notícias, e de novo. Num outro dia, más notícias, e tudo se repete, numa repetição de novos pesadelos que jamais se repetem. Trato da trilha somente os pés, que me avisam: já estivemos aqui!

Eu noto que o ar está diferente, as cores bruxuleantes do final da tarde, meu olhos veem o que está próximo, e somente o que está próximo. Mais de um século se passou dentro de mim, e a sensação é de que nada evoluiu. Ah, eu estive errado por tanto tempo! Não me dei a noção do tempo, mas somente das consequências. Errado como um garoto que brinca com fogo. Mas o fogo me queima, já me queimou outras vezes.

Outrora eu não sabia...
Cheers!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vida nova, Solari

Estão germinando em mim novas histórias, um novo material sobre Solari. A cada dia o pandemônio deste universo me canta histórias, epopéias e tragédias. Muito toma forma, e a minha imaginação libera novos capítulos, sempre da forma caótica, com suas nuances.


Realmente um novo tempo!
Cheers!

True psychedelic advertising II

nemA.
.olam a son arebil des
;menoitatpmet ni sacudni son en tE
.sirtson subirotibed sumittimid son te tucis
,artson atibed sibon ettimid tE
.eidoh sibon ad munaiditouq murtson menaP
arret ni te oleac ni tucis
aut satnulov taiF
.muut munger tainevdA
.muut nemon rutecifitcnas
sileac ni se iuq, retson retaP

True psychedelic advertising I

.nemA
eartson sitrom aroh ni te cnuN
subirotacep sibon orp arO
,ieD retaM, airaM atcnaS
suseJ iut sirtnev sutcurf sutcideneb tE
mucet sunimoD
anelp aitarg, airaM evA

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Flores do mato

A razão silenciou diante teus olhares, o corpo era todo obediente aos teus toques, meus olhos falavam e a boca secava frases disputadas. Sim, as palavras disputavam nascer e te ver, na luz daquele encontro. E o meu coração estranhamente pulsava. Eu era todo feliz. Uma felicidade plena. Uma felicidade compartilhada.

Eu senti teu ar, a tensão do que me contavas, vi os raios de sol nas tuas palavras, e a singela vida que me presentavas. Eu desejei que aquele momento nunca acabasse. Desejava saber mais, mas essencialmente sentir mais tudo aquilo. Meigas palavras, meigos olhares. Eu havia parado de pensar em mim, eu havia perdido algumas coisas. Perdi o medo de olhar nos olhos. Sim, não. Eu havia perdido o medo de olhar nos olhos, e de deixar-te olhar nos meus. Queria que visses o meu espelho d'alma. Desejava ser descoberto.

E agora eu desejo te descobrir...
Cheers!