sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Um conto desonesto

Nicanor não sabe que sua mulher o trae. Sabido somente de boatos, o corno matreiro passou a vigiar as entradas e saídas. Um cliente, um pouco mais de tempo dentro da loja, opa, seria um amante? Ele realmente não nasceu para ser corno.

As pessoas o acham tão distraído. Nicanor é daqueles que sustentam a idéia de que está tudo bem com a família, não importa a real situação. Assim ele cala a boca daqueles que o difamam. Como se isso fosse adiantar. Sua mulher o trae. Transa na cama do casal, aos gritos, sempre que o marido não está. E Nicanor está sempre cansado quando chega para perceber alguma coisa estranha. Algum cheiro. Na verdade ele só se incomoda com os boatos. Ah, esses boatos dos infernos!

Darlene era uma mulher fumegante. Fumava demais. Tinha tantos amantes que o centro todo da cidade a conhecia por sua tara. Vestia-se para o trabalho, mas trabalhava mesmo era sem roupa. Devassa. Doente. Clinicamente taxada com doente, desde a adolescência. Mas de que adianta o passado se a mensagem é nenhuma? Ninguém sabe de onde veio, mas a maioria sabe para onde vai. Quer dizer, menos o Nicanor.

Corno mesmo era o seu irmão, pensava Nicanor. A cunhada traia seu irmão com o dono de um barco que sempre aportava na cidade. Ele se deixava levar pela conversa mole da malcriada, mas morria de vontade de denunciá-la. Pobre Nicanor, achava que ninguem ia lhe dar crédito. Vivia, ele mesmo, o descrédito do povo. Ninguem o achava homem suficiente pra nada. Nem a Darlene.

Eu, pobre Nicanor, também comi sua mulherzinha, a Darlene. Eu também me lambuzei com ela. Ganhei aquilo que você nem pede. Ela deu. Deu e repetiu. Tanto que estou aqui relatando pro mundo. Obrigado pela sua cornice. Agradeço por mim, e pelos demais. Obrigado!

Joaquim

Brevíssima análise do caos

No horizonte vemos a poeira dos dias, não parecemos tão satisfeitos. Por sermos assim tão ineficazes em nossa rotineira mania de aceitar destinos, continuamos pagando antigos pecados. Antigos pecados, herdados, mandados goela abaixo. Vejo as pessoas na rua, penando em pontos de ônibus, sofrendo ao sol. Herdamos o tempo que não volta mais. Trabalhamos e mais trabalhamos.

Agora sendo mais direto. Sejamos curtos ao opinar, e mostremos o que sabemos; não há quem aguente tanto tempo calado. Tínhamos um prefeito que herdou antigos pecados mas não se confessou. Agora temos um excomungado que abriu a janela do inferno sobre nós. Santa Paciência!
Cheers!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Esquecerás ao amanhecer, povo

Os dias vão passando, na TV a gente vê a propagação da idéia de que mudamos pra melhor, dizem para evitarmos filas, como se elas não estivessem lá, e dizem que o que é melhor fazermos é justo e necessário. Somos os ignorantes ignorados.

Pesa, já disse, contra nós a acusação de sermos responsáveis indiretos por esse caos. Beiramos a nostalgia doutros tempos onde o pior era menos pior. Ficamos com o gosto de que somos mesmo sempre aqueles que, lesados, ainda ouvimos o escárnio de políticos e empresários.

Os dias vão passando, e vamos sendo o povo desmemoriado de sempre. Logo esqueceremos, é nisso que eles apostam. Uma aposta sempre bem feita, pois blefamos sempre. Aposta ganha!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nein!

A natureza altera aquilo que causa desiquilíbrio. Como podemos viver em meio a sujeira e achar isso natural. Imitemos a natureza e alteremos alguma coisa...

Antes de reclamar, arrumemos nossa própria casa!

P.S.: Bem feito pra máfia dos Souza. Aparecer no Fantástico não é nenhuma humilhação. Humilhação seria passar no Canal Livre. Contudo, punição que seria bom, não virá!
Cheers!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Easily

"The story of a woman on the morning of a war"...