sábado, 16 de maio de 2009

Reverse Psychedelic Anesthesia IV

Das estrelas vieram cantos suaves, uma ópera magnífica, e encontravam na gente a pureza da alma, receptora, mãe doadora. A grande fogueira baixou aos poucos seu lume, e então entrou nos céus a formosa Lua. As águas subiram, submergiram seres luminosos, e toda a sorte de mistérios, junto com os segredos. Sim, segredos e mistérios. Naquela noite eu não nasceria novamente somente por causa do estar de cada coisa, maravilhado pela incrível narrativa. Pelas fontes que nunca cessavam, pelas entranhas da noite que abrigavam olhos obscurecidos. E o beijo de boa noite foi ter sentido a luz lunar acizentada tocando nossa pele, a idéia que fazíamos do limite de nossos corpos. E mesmo com a grande fogueira, e o canto das estrelas, nós dançávamos e brindávamos.

Leves bacantes noturnos...
Cheers!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Reverse Psychedelic Anesthesia III

Sessenta anos depois, o velho decrépito se levanta n'aurora de outro dia e a floresta toda vira-se para saudá-lo. Os pássaros estão todos receiosos de voar, pois a poderosa voz desse velho ainda é potente o suficiente para varrer os ares. E o filho desse senhor da floresta é quem rompe a terra com seus saltos, e seus netos são os que agitam as águas. E a grande floresta não viveria sem eles. E todos os descendentes serão as grandes almas do fogo, do ar, da terra e da água. Seres poderosos, viajantes incrédulos de suas próprias sortes. Visões que a grande fogueira me deu em breves relâmpagos, e numa sempreterna e aquecida visita em minh'alma.

Então o sol se pôs, e as estrelas puderam falar...
Cheers!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Reverse Psychedelic Anesthesia II

Continuando o enfado. Longos discursos com breves monossílabos, a fumaça nos deixava muito mais atentos. Acelerávamos o nosso estado, e o corpo não acompanhava o ritmo. A serpente se escondia por entre o brejo, serpente brejeira. Curiosamente ouvíamos músicas, instrumentos de sopro, as peles surdinhas ao fundo. Eu ria, extasiado. Via os frutos da grande árvore caindo. Riquíssimas letras sonoras, debutantes cantos tétricos, almoço, almoço, alguém gritava ao lado. E todos corriam ao redor da grande fogueira. E eu olho para a fogueira, e ela olha para mim. Olhos vermelhos crepitantes, lambiam o ar. A poderosa cantoria, a fina fagulha duma festa infinita. Toda a floresta cantava. Das janelas se viam as nuvens, das portas, os neófitos. Todos estavam lá. E eu adormecia, adormecia.

Travesseiro gostoso...
Cheers!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Reverse Psychedelic Anesthesia

Eu entro dentro da caixa e uma porta se fechou atrás de mim. Alguns sons quase inaudíveis me assustaram por alguns segundos. Vinham de uma pequena luz piscando no fim do corredor de pedra. Eu nem precisava estudar ontem. Os pequenos textos estavam todos lá, com suas marcações. Minha mente estava cada vez mais pesada, e os sons foram ficando mais altos. Risos, uma fogueira crepitando ao fundo. Uma grande orgia da carne aos deuses, e meus sonhos nunca mais foram os mesmos. Eu derrubei meus cabelos de minha cabeça, e com eles foram algumas folhas do cinza sentimento. Embora todos estivessem sorrindo, eu via tudo com estranheza. Era o convidado surpresa. Não havia anfitrião, somente a fogueira, grande chama eterna, etérea, nos aproximava, nos puxava, hipnótica naquela noite d'estrelas.

O urso discursava bem.
Cheers!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Breve e calmo tanto quanto sereno

A mente está o tempo todo ocupada. Eu me pergunto: quando é que o corpo vai conseguir acompanhar a mente?
Cheers!