sexta-feira, 3 de abril de 2009

Infinito

O céu azul me disse: Permaneça no fundo de suas forças, você vai precisar delas!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Somos deuses

Aqui jaz uma poesia romântica. Não nasce novas estrofes a muitos anos. Sempre é ser repetitivo. Bilhões de cópias corretas amontoam-se. Foi-se o tempo da nossa inverdade. Somos comuns.

Jazem na memória as mesmas palavras que aprendemos de nossos professores. Sofrem com o tempo de nossa juventude. Ao máximo para sempre o máximo. Até que a velhice nos ataque, sugue toda a nossa bossalidade. E condenados ao esquecimento, carregamos muitos mortos dentro de nós. A atitude da folha morta, destacamo-nos da grande árvore da vida para cairmos no chão, adubando um novo ciclo imortal.

A fruta pequena queima a boca de quem a come. E embora saibamos do nosso risco, abandonamos o medo e encaramos a dor. Meditamos sobre o vale e tememos a montanha. Somos líderes de nossos sonhos, nossos sonhos infantis. A metáfora da metáfora dos nossos sons, guiamos a nós mesmo na penumbra. Horrendos sonhos.

Estamos todos cheios de moléculas. Cada molécula está cheia de deuses. Cada deus está cheio do que nós acreditamos. Nós estamos cheios do que cremos ser as moléculas. As moléculas somos nós, triste fim à realidade. Então inventamos a fantasia, que não é feita de moléculas, portanto somos deuses, e muito mais que aquilo em que acreditamos.

Aqui jaz a idéia de começo, meio e fim.
Cheers!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Hipocrisia evangélica

Antigamente este blog era mais social e humanamente engajado. É uma pena que eu tenha desviado desse engajamento que tanto me fazia bem, mas eu sabia que pouquíssimas pessoas iriam ler o que eu pensava a respeito de guerra, hipocrisia, preconceito e 'tras coisas. Mas hoje eu tenho que escrever sobre algo que me indignou, tal qual eu fazia nos primórdios (parece muito tempo...) deste blog.

Estou falando sobre o projeto que dava à Associação das Prostitutas do Amazonas (As Amazonas) o título de Utilidade Pública e que foi barrado e arquivado pela bancada evangélica na Câmara Municipal de Manaus. Uma vez concedido este título a Associação poderia firmar parcerias importantes, além de poder captar recursos, inclusive do Estado. Continuaria assim seu trabalho a favor da dignidade e contra a exclusão social das prostitutas.

Não escondo a minha insatisfação em ver que, mais uma vez, os membros da Câmara se voltaram contra uma minoria. Alegam moral e ética, mas ferem o direito à igualdade e mostram a a sua maioria preconceituosa e desinformada. Pessoas que vergonhosamente mostam o que se poderia esperar deles; a defesa de seus próprios interesses.

Será que é difícil compreender que antes de serem prostitutas elas são MULHERES? Esses hipócritas esquecem o lado humano dessas pessoas. Uma Associação que dá dignidade, segurança e informação parecem-lhes tão má porque, justamente, realiza aquilo que esses preconceituosos jamais poderão realizar à sociedade: compreender as diferenças, ajudar alguém diferente.

Vivem daquilo que o rebanho dá.

Não compreendo como um pastor, que supostamente não utiliza os serviços de uma prostituta, pode achar nocivo que um grupo queira ajudar essas pessoas. Isso é uma prova que a exclusão social foi aprendida muito antes do código moral. Eles julgam, como julgariam negros, homossexuais e detentos, que estão protegendo a sociedade, mas o que a sociedade precisa é ser protegida desses manipuladores e aduladores. Não dá para compreender como eles não tem, supostamente, noção do mal que causam olhando para seus próprios umbigos.

Desejo que o povo levante-se e defenda qualquer atitude de benefício às minorias, sejam elas quais forem. Não é porque eles são evangélicos que eu deva me calar, é?

Vereadores hipócritas, para vocês, o meu escárnio!

terça-feira, 31 de março de 2009

O inesperado valor das palavras

Eu vejo o outro lado de forma natural. Quando se tenta estender a mão esquerda, o coração bate de tal força com outra energia. É perigoso. Quando se tenta estender a mão direita, a razão impõe a magnífica retórica, nem tanto retórica. É arriscado. E assim tentamos realizar a tão querida harmonia, os movimentos cheios de energia, para todo lado que se vá. Energia.

Há misterios escondidos no meio das palavras. Como eu disse para minha prima que achava que a palavra tem poder. Poder não na palavra, mas no poder que depositamos nela. Então o poder está em nós. Não importa que mão vamos estender, se da razão ou do coração, tudo é energia. Mas o resultado sempre será diferente. Há mistérios nas palavras. Há mistério nas minhas palavras. Há palavras nos meus mistérios. Há misteriosas palavras em mim.

Tentei olhar no fundo dos olhos. Ver a plenitude de uma boa interpretação. Falhastes. Então eu pude julgar para onde levaria minha energia. Pude ver com mais clareza como gastaria meu tempo, ou o que penso dele. Sempre julgamos sermos capazes de fazer algo assim sozinhos. Então foi minha vez de falhar. E falhar me fez ver que eu estou cada dia mais feliz com minhas falhas. Eu falho cada vez mais na minha felicidade. Mesmo assim eu estou feliz.

Então, durante a chuva, eu levantei a mão direita.
Cheers!