quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A intemperança

Omnia sol temperat, purus et subtilis.
(O Sol aquece tudo, puro e gentil)
Novo mundo reserat faciem Aprilis
(O novo mundo abre-se à face de Abril)

Eu corro pelos corredores da insanidade e dou conta que não há uma saída. Reedito minha obscura procura pelo incognito, nem lembro quando foi a última vez que morri pra ver. Essas palavras amargam até hoje na minha garganta. A tolice é que o futuro é uma tolice.

A tolice é a saída. Reedito minha incógnita procura pelo obscuro. Corro pelos corredores e vejo a insanidade na minha garganta, num grito que sai sem ser pedido. Não lembro quando foi a última vez que amarguei no futuro pra ver adiante.

Que saco! As flores não cheiram mais a flores, cheriam a plástico barato. Que saco! Os meus devaneios não me levam mais para os lugares de sempre, eles estão reparando velhos erros. Daí aparece toda sorte de personagens do passado com velhas propostas sedutoras. O velho está se tornando novo. O futuro é uma saída pra insanidade. Reedito minha tolice pelo grito que sai sem ser pedido.

Não lembro quando foi a última vez que eu morri pra pagar pra ver isso tudo...
Cheers!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Esqueça-me na gaveta

O sofrimento à conta-gota. Eu sou realmente esquecível. Do meu mundo apenas os papéis se salvam, e as pessoas realmente tem compaixão por aqueles que são realmente solitários. Daí eu penso que tudo está passando, o meu coração ainda é de pedra, rs.

O sofrimento à conta-gota. Eu sou realmente tão esquecível. Mal a deixei num portão, fui arrebatado noutros braços sedentos por mim. E não vi o que te acontecera ainda ali, no estacionamento. Quando cheguei, dissestes tão chorosas coisas. Pela primeira vez das muitas que virão eu senti que estavas certa. Eu senti.

O sofrimento é realmente esquecível. Do nosso passado apenas os papéis se salvam, e começo a achar que és novamente perfeita pra mim. Como se tudo o mais fosse letra de música. Daí você vem à conta-gotas. Pinga um beijo aqui, pinga um afago dali, e eu me sinto um maldito poeta empobrecendo nossos momentos apenas por hábito.

Eu sou realmente um conta-gotas. Do meu mundinho apenas o sofrimento é que se salva. Meu coração de pedra é tão esquecível. Começo a pensar que gosto de ti novamente. Vejo-me tão delicadamente apaixonado. Suas chorosas coisas me dá compaixão de mim mesmo.

Pinga mais, pinga pra mim, um conta-gotas, a amante perfeita, o meu hábito empobrecedor. Pinga aqui, pinga acolá, um sofrimento a mais. Começo a pensar que gosto de mim novamente...
Cheers!