sexta-feira, 1 de agosto de 2008

ler Alfarrábios

Sinto a tua falta, está tão apertado aqui. Eu penso que você poderia estar aqui, comigo, afagando meus cabelos e ouvindo meus poemas. Por que não fui eu quem dirigia? Será que eu teria morrido no seu lugar? Me sinto tão vazio... se eu pudesse trocar com você, morreria feliz. E quando amanhece e passo a mão no seu lado da cama, e não sinto teu corpo, eu choro. Seus papéis ainda estão lá. Seu perfume ainda está lá, e as fotos rasgadas da nossa última briga ainda estão pela casa toda. Meu Deus, como eu fui tolo.

Sempre tive a chance de te dizer que você é tudo o que eu tinha. Mas eu não disse. O vento levou embora teu olhar, e aquele acidente, para mim, significou toda a culpa que eu senti em te dizer horrores. Foi aterrador saber que estavas ali, do meu lado, esvaindo tua essência cada segundo mais...

Mas agora eu estou em paz. Você me visitou noite passada. Transformou o que seria mais uma noite numa maravilhosa viagem de luz e satisfação. Se eu tinha dúvida que estavas comigo, ela não existe mais...

Para sempre te amarei, Shiva.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pais e Filhos

Quando se viu liberta das amarras quis voar, e sentia a liberdade lhe soltando pouco a pouco. Havia tanta vontade de gritar, de sorrir e, principalmente, de voar. Então foi ao parapeito da janela e deu uma última olhada no horizonte cinzento, observou longos segundos a paisagem urbana que tantas vezes foi desejada e sorriu. Satisfez seus olhos com a luz dourada do sol, e alegrou-se mais ainda com o calor na sua pele. Olhou também a legião de pessoas que saíam dos ônibus e dos carros, vindo dos seus trabalhos, suados, cansados e famintos. Olhava também, curiosa, o desânimo desse povo nas praças e becos, sabidos da violência de nossos dias. E logo refletiu: não valia tanto a pena a liberdade do mundo. Queria mesmo era a liberdade do espírito.

Então, no final da tarde, ela se jogou.

E virou música...
Cheers!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Dor Aguda

Estou aqui, e agora não estou... o que te faz acreditar no que vês é aquilo que, por tempo, assimilas como verdadeiro, e, impressionado, fez contato contigo. Somos tão tolos, mas é mais magnífico como nos esforçamos em ignorar a gigante capacidade da nossa mente. E daí criamos Deus, para que Deus nos crie. E antes que creias que estou tentando te fazer crer que não acredito em Deus, eu direi que acredito.

Para que saibas que eu estou bem onde eu deveria estar, vou dar-lhes uma prova. Não haverá sombra de dúvida após isso, e terás sempre a certeza de que ouviu exatamente algo que vem de alguém que tem em tudo certeza. Farei vocês acreditarem naquilo que eu acredito, e não terás mais medo de dizer de mim o que compartilharei adiante. Parecerá a vocês, no futuro, que somente após isso você sentiu-se liberto da tamanha ignorância pela qual te prendes, e dirás: como eu fui tolo! E eu posso isso porque é mais fácil para mim, pois eu sei.

E a verdade que lhes direi é essa, e jamais outra: estou bem onde eu quero, onde deveria, estou onde estou porque eu quero.

E uma letra de música, do Radiohead, porque esse blog é odioso, elucida bem a atmosfera desse post.
Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins

It wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run

It wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out

If I could be who you wanted
If I could be who you wanted all the time

All the time...
All the time...

Fake Plastic Trees - Radiohead

Cheers!