sábado, 28 de junho de 2008

Uma Pétala a Menos

Quando disseram que você precisava se tratar, você não se cuidou. Foi na contramão de todos, e imprimiu a imagem de uma pessoa arredia a conselhos. Não aceitou em momento algum que dissessem a você aquilo que você deveria fazer, não sem antes muito pensar. Procurou inspiração aonde não tinha, e ainda tinha a coragem de ensinar. Muitos te apontaram o dedo indicador e disseram o quanto você estava fraco. Mesmo assim você correu para socorrer a sua própria (in)sanidade.

Foi exatamente aí que eu me interessei por você, caro amigo. E hoje eu sou exatamente o sinônimo dos teus atos. Foi um sacrifício imenso aprender cegamente tudo o que você deixou como legado. E amanhã fará quinze anos que você se foi...

Preciso tanto de ti aqui. Não que eu tenha dúvidas disso. Mas mereço te ver novamente. Afinal de contas eu evoluí tanto quanto minhas expectativas.

Obrigado, Paulo!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Marginal e sábio

O marco inicial foi a música que nós ouvimos, e nos enchemos de ódio do mundo. Daí chegaram os outros casais, e todos ficaram sentados tentando encontrar um nexo no que fazíamos. Os pobres mortais não conseguiam compreender a nossa telepatia, e ficavam ainda mais abismados com a forma que nos conectávamos ali naquele momento. Isto é, se eles criavam alguma idéia que não fosse a de "hum, eles tão no clima".

Um pouco tarde pra se falar em "conceitos cósmicos", ou do "velho estigma", os primeiros, nós, fomos dormir já cansados. Na verdade fomos nos deitar, porque não tínhamos sono. E os outros achavam que o quarto estava muito silencioso. E estava.

Hoje pela manhã eu finalmente dormi. E acordei antes de ti.

É tão lindo te ver dormir! Eu fiquei alguns minutos olhando-te, e lembrava do "eu estou mais madura". Daí, em meus pensamentos, a figura que fizeras na noite anterior me pareceu contigo. Isso não é um lance tão poético quanto tu te esforçou fazer parecer, mas eu vou acreditar como se fosse. Primeiro porque és cheia de pudores mundanos, e segundo porque tu foi mulher pra refletir minha insanidade, e não tivestes medo disso.

"Somos egoístas", lembra? "Mas porque assim, pura e simplesmente", perguntas. "Temos que domar nossos demônios interiores" eu digo. Daí tu me almeja com tua ironia: "Estou livre de alguns, mas doutros eu até gosto". E eu só te compreendo, pois eu não faria a menor idéia do que querias falar, até que te vi dormir, e também quando te vi trôpega, maliciosa.

Somos dementes! Somos doentios! Algum dia já disseram isso a ti?
Cheers!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um real por seus pensamentos

Tua parada cardíaca, eu sou, e fui. Somos ao cubo o conhecimento. Sendo reverso, dirias. Eu não concordaria pela mania que tenho de não concordar. Mas concordaria se me contrariasses. A virgem ausentaria-se e eu nunca saberia, naquela noite, como foi bom.

O pecado é a maneira de ver dalguns, minha cara. Eu estou acima disso. Quanto a você, que triste... abandonastes teu pretenso para aventurar-se com um canalha feito eu. Eu te deixaria sempre que tivesse a oportunidade. Mas mesmo assim te diverte estar comigo, mesmo eu te comendo pelas beiradas e consumindo toda a tua paciência, e representando o ritmo das pancadas que recebes na consciência e no bolso.

Daí então eu vou entrar no seu teatrinho, rs. Alegria alegria, estamos sublimes na nossa interpretação. Eu finjo que não estou ali pra aquilo e você finge que acredita. Somos os mais bobos, e mais do que dizem de nós. Aliás, somos dois adultos que insistem em permanecer lançados no etéreo mundo que nós mesmo criamos. Ou seja, ainda não crescemos em nossos anseios.

E que seios!
Cheers!