sexta-feira, 2 de maio de 2008

O conselheiro de Bangd

Lutamos em vão por um punhado de respostas, e nos demos por satisfeitos por um ramalhete de flores compradas num laboratório de felicidade, e nos exaltamos pela rotinas do seu computador falho, e mesmo assim nos demos ao luxo de sorrirmos dos nossos próprios defeitos. Sim, afinal o infernos são os outros. Não perderemos o tom de nossas vozes por mais um segundo de incerteza, ou pelo menos pelos antigos motivos.

Não buscamos nossos corpos, eles se atraem naturalmente. Agora eu percebo que é perigoso te olhar nos olhos. Perco o total controle que minto dizer que tenho. Esqueces o quanto estás brava quando retribui o afago. Nos esquecemos das brigas, somos somente os amantes. E ocasionalmente somos os apaixonados. E mesmo por isso somos, e permanecemos sendo, uns conectados...

Minhas analogias, sua discrição, minhas excentricidades, seus mimos, as minhas frases, seus sussurros. Parte da soma, e parte da multiplicação. Queres mesmo que eu seja direto, que eu perca todo o meu lirismo? Por que andas tão antagônica? E quantos verbos de minha verborragia antipática você ainda vai querer ouvir?

Desse jeito eu me canso. Dessa forma eu te cansarei com o que tenho a dizer. Afinal de contas, ninguém nunca se mostrou tão paciente comigo, e suas dúvidas também já me cansaram. Onze dias eram o princípio, onze semanas é que se passaram...

Vá, dê o segundo passo, minha filhinha...

Cheers!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

A impressão pós traumática

O primeiro passo para a ruína desse velho escriba que vos escreve é a imaginação fulgaz e a determinação em transformar a usina de idéias que me habita a mente em tantos e tantos textos absurdos e nem um pouco usuais. Me dá um prazer muito grande saber, e isso não é frutífero, que ninguém compreende o que eu escrevo. Estou sempre me aperfeiçoando, a cada dia mais próximo de uma narrativa caótica perfeita. Ou o que seja...

Feitas as primeiras bizarras considerações...

Amor meu,

embora sejamos tão próximos e felizes, ainda assim existirá um divã entre nós que não nos permitirá vivermos nosso amor em sua totalidade. Somos quem queremos acrediar ser, e mesmo por isso nós nos assumimos como "felizes" espectadores, pois até os problemas mais banais nos afetam. Não adianta sermos diferentes, somos diferentes demais. Existe uma ética entre nós que nos distancia, e é justamente a pior das hipóteses aquela hora em que resolvemos discutir a relação. Eu sou aquele que nunca acredita e você é aquela que desacredita nas mudanças com facilidade.

Eu sei que é difícil pra mim, eu sei que você percebe isso. Sabes que eu também sofro, embora em silêncio. Até por isso eu não possa dizer "nunca mais", e você, "tanto faz". Nunca poderemos ter os três filhos que somam minha vontade à tua. Nunca poderemos saber como é acordar ao acorde dos primeiros sóis de nosso casamento. Nunca seremos os totais arrogantes que se tornam os casais de décadas de união. E, aliás, nunca estaremos unidos por um pacto...

Ao mesmo tempo que perdemos muito, pouco sobra para contar ou compor uma história. Amanhã não lembrarei mais de você, e chorarás por mim dias sem que eu sequer saiba. Em duas semanas meu coração será de outra, e o seu estará como esteve quando estive contigo, fechado e insensível...

Portanto, amor meu, não perca tempo. Vamos recomeçar?

Cheers!

terça-feira, 29 de abril de 2008

O trabalho árduo

Novamente eu me surpreendo com o material que escavei do meio dos cadernos mais antigos...

Não deixa de ser divertido, e objeto de muita curiosidade de minha parte, o processo que eu compus para "desenterrar" os textos. Um index de tudo aquilo levaria um ano, no mínimo... e ainda assim sinto que não ficaria satisfeito. Afinal, para exemplificar, o rascunho #22 faz referência ao #37, e não o contrário. Eu sempre fiz coisas assim: escrevi no passado coisas sobre o futuro. Mas é claro que isso só é viável porque se trata de um universo outro, paralelo, fictício. Na vida real, não sei não.

No #22 eu encontrei os fundamentos das primeiras histórias e anotações do surgimento de uma "capital geral", algo como "principal capital" do "Reino", nome que eu dava para o que hoje chama-se o continente de Solari. Essa capital a que os textos se referiam era, ora pela localização, ora pela caracterização da própria concepção, a tão-amada Solari-hun, a maior das capitais, no centro do continente inteiro... Já no #37 as coisas já estavam menos definidas, e há passagens que excluem os anões dentre os povos formadores. Uma curiosidade no texto #37 é o surgimento do primeiro nome próprio que eu criei, Almanessa, o nome da área onde Solari-hun foi formada, na beira dO Rio, fortemente protegida pelas muralhas. Esse nome se tornou um marco. Por muito tempo era o único que permaneceu sem alterações, e sempre designou aquela área, como é até hoje. Já o segundo nome foi o de Leturgis, à época a rainha de Almanessa...

Farei outras observações nestes riquíssimos textos... eles são muito confiáveis.

Cheers!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Primeiras pesquisas

Fiz a pesquisa sobre o primeiro texto sobre Solari, até porque o original não existe mais. Diante uma pequena pilha de rascunhos antigos, e um exercício de memória abissal, eu posso afirmar com certeza algumas coisas que eu já havia esquecido...

O primeiro texto de Solari (que ainda não tinha esse nome) falava de uma rainha que era acusada por um lorde (sem identificação com o auto-entitulado "Lorde do Caos") de ter assassinado o seu próprio filho, o herdeiro, para levar a filha, mais querida, ao trono. É basicamente isso. O lorde, que possuia o poder de levar a rainha a juízo (mais ou menos como um senador da república), fez a acusação durante uma grandiosa palestra da própria rainha, já que o rei estava infeliz...

O impressionante foi que, durante a minha pesquisa, eu encontrei no rascunho #47 uma citação dessa história que dava a entender que essa rainha era rainha de Coradeh, um reino que, hoje, ainda não decidi a existência, nem a semântica de seu nome. À época, Coradeh foi a cidade que se originou no lugar onde houve a Batalha das Duas Grandes. Mais tarde eu decidi que essa área se tornou um deserto cheio de perigos, o lugar mais maldito de todo o continente, chamado Her Sumira. No rascunho #49 há uma pequena citação, que eu não lembrava, que dizia "o reino de Fogo perdeu seu príncipe para os bárbaros" (de Sóter?), e, mais na frente, diverge quando cita "os espiões da rainha" como assassinos do príncipe. Daí o mistério para mim: eu havia feito um rascunho pra confundir a mim mesmo???

O que é claro, nesse texto é que não haviam nomes prováveis pra ninguém, mas a localidade foi descrita, ao que parece. Eu me lembro de ser à beira de um rio (será O Rio) e que havia uma floresta dElfos, ou, como na antiga escrita que eu dava pra esse nome, o povo eofo. O rascunho #16, do caderno #1, texto que não foi perdido, fala um pouco dos três povos livres como sendo humanos, anões e eofos, nessa ordem de surgimento. Mais tarde eu mudei para anões, elfos e humanos, como permanece até hoje...

Ainda tenho o que pesquisar. Me entusiamei muito com o que li, e já dá vontade de voltar a escrever mais sobre Solari...
Cheers!