sexta-feira, 11 de abril de 2008

Narciso Não!

Acordei me achando feio, levantei, fui pra frente do espelho e fiz umas dez caretas de repúdio. Estou muito feio hoje. E eu sempre ponho a culpa no meu cabelo, tadinho. Nasceu assim e quando cresce eu só passo a máquina.

O que é praticamente inaceitável é receber minha tia e ouvir ela dizer que eu "estou mais gordinho". Um comentário daqueles do tipo que se faz pra agradar, sem sucesso.

Então eu vou tentar ocupar minha mente com trabalho, e mais trabalho, e muito mais trabalho. Acabei de teclar com o Pedro Valls, ele sempre me diverte, e não estou com saco pra trocar mensagens no orkut. Então hoje, nesse dia em que me encontro especialmente feio, vou tocar a vida com trabalho, trabalho, mais trabalho e muito mais trabalho.

Cheers!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Dois em um

Um perfume levemente amadeirado, que me lembrava rostos do meu passado. Eu persegui o cheiro até o quarto e a encontrei vestindo somente uma toalha, e perfumava-se. Borrifava o perfume com cuidado, sem nenhuma pressa. Pude ver pelo espelho seu semblante cansado, fruto de um dia extenso de trabalho, mas não era isso que me preocupava naquele momento.

Ela vestiu-se e nem se importou de me ver fuçar em suas coisas, virou-se, deu um sorrisinho e me pediu pra ajudá-la com o sutiã. Era o momento certo para investigar todos os motivos que lhe abalavam. Mas eu preferi ficar calado.

Ensaiamos o repeteco da noite maravilhosa que tivemos na semana anterior, mas nem ela nem eu estávamos com humor e disposição. Fomos assistir a um dvd, como qualquer casal em ritmo burocrático de rotina. Acho que ela me ama...

Então: novamente a personagem de minhas palavras é a Fabiane, minha nova-musa inspiradora, que está comigo a cinco meses e surpreendentemente feliz. Era dela de quem eu falava no post anterior, Flora Valls. E não poderia ser de outra pessoa.

Cheers!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A Tela por trás do Espelho

Sim! Ela me surpreendeu com diversas perguntas, dengos, respostas, e uma disposição para falar incrivelmente ligada ao álcool da bebida que eu dava pra ela. Motivada a cantar, ela cantou. E se arrependia, às vezes, pois estava vendo os fios da realidade, e descobria verdades quase sozinha.

Bom, eu sei que eu naturalmente trago as pessoas para o meu lado caótico, eu sei que eu corrompo boa parte daquilo que acreditam ser "seguro" acreditar. Ela nem percebeu mas estava sendo guiada pelo longo corredor de insanidades que eu produzo, que eu alinho, que eu mostro praquelas pessoas dispostas a percorrer.

São corajosas essas pessoas. Eu não as culpo de serem corajosas, afinal são os covardes que, em maioria, sobrevivem sem dor e na apatia. Admiro de verdade gente assim, que tem coragem de aceitar um convite meu ao desconhecido e arriscar-se às descobertas. Seria tortuoso, e inadmissível se não fosse tão interessante e exótico.

Agora sei de uma penca de coisas, tudo porque uma pessoa se deixa levar por outra, porque acredita confiar em alguém apostando somente nos seus valores, acreditando saber avaliar quem sou eu, o que faço, o que sou, como respondo e quais os meus interesses. Ela é demasiadamente confiante, e isso me possibilita ter espaço para urgir com minhas palavras as coisas que pretendo ser úteis, e que pretendo para mim também.

Existem muitos mais outros Lobos como eu nesse mundo. E eu a informei disso. Por nada no mundo eu gostaria que ela achasse que sou o único a fazer isso: ver o defeito, a fragilidade das pessoas e fazer algo com isso. A minha intenção é sempre mostrar alternativas, e não confundir...

E para ilustrar o que eu digo, um trecho de House of the Rising Sun...

"Oh, Mother, tell your children
Not to do what I have done.
Spend your lives in sin and misery
In the house of the risin' sun."

Obrigado às minha leitoras Flora e Laura. Esse blog ainda respira por causa de amigos como vocês!!!
Cheers!