segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Mudero ut ragaLóku

Nunca fiz tanto por tão pouco...

Haveriam muitas explicações para isso. Haveriam muitas palavras a serem ditas por isso. Existem muitas razões, mas a razão é só uma... "Faça um relatório sobre isso" diria ela, "e entregue na minha mesa ao fim de suas dúvidas". "Não vamos discutir isso?", perguntaria a ela, e ela "pois não, mas somente após o relatório".

Então é incrível como se pode conhecer uma pessoa pelas idéias, ou pela falta delas. "É somente um monte de mentiras o que dizem de você", disse ela. "No que você acredita então?", pergunto a ela, simulando estar preocupado, fingindo me importar. "Eu acredito no que sinto", diz ela. "O que é que você sente, então?", pergunto, insistente como eu sou. "E isso importa pra você agora??", responde ela, ríspida, cruel.

Então essa vaca percebeu! Até parece que vou ficar triste com isso! Eu adivinho o futuro e vejo uma imagem de uma mulher, na proa dum navio, chorando e murmurando, por causa da minha e da vergonha dela. Eu adivinho o futuro e vejo que, além de me tornar mais feliz, fazê-la saber que eu não me importo, de verdade, com nada do que houve é uma idéia agradável, conveniente. As gentes gostam de serem enganadas o tempo todo. Impressionante como eu tenho dito isso com frequência. Uma frequência que já começa a me perturbar...

É impressionante também o tanto que fiz por tão pouco. Eu sempre faço isso, tanto por tão pouco. Não consigo fugir dessa realidade constatada a pouco, fiz tanto por tão pouco. Saber disso me pertuba, sentir isso me pertuba, viver encarando isso todos os dias me pertuba.

Ela vai voltar. Eu sei disso. ELA sabe disso. Quem não souber está desinformado, porque até um cego perceberia.

É tarde para arrependimentos. Eu tenho que sofrer mesmo. Mas no fim eu serei mais forte.
Cheers